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Serviços é o maior gerador de empregos de São Leopoldo

 

O setor de serviços é o maior empregador de mão de obra em São Leopoldo, ultrapassando a indústria e o comércio. Este foi um dos principais itens apontados na manhã desta terça-feira (27), durante a apresentação da quarta edição do Boletim Socioeconômico Trimestral da ACIST-SL, que trouxe o tema Desenvolvimento Econômico como recorte social. Os dados foram analisados por Fernando Ribas, vice-presidente de Indústria e coordenador do Boletim.  Foram analisados os anos de 2002 a 2018, para ter um recorte mais detalhado das mudanças da atividade econômica. Em 2018, o setor de Serviços correspondeu a 48,6% do total de empregos formais, seguido pelos setores da Indústria (30,5%), Comércio (17,3%), Construção Civil (3,4%) e Agropecuária (0,3%).

Conforme os dados obtidos até junho deste ano, estima-se que 61.680 pessoas estavam formalmente empregadas em São Leopoldo, sendo que a geração de empregos formais (saldo de admitidos menos desligados) no município foi de 209 novas vagas no 2º trimestre de 2019.

Na análise das informações, se descobriu que entre os subsetores que mais geraram empregos formais no município, o destaque ficou com  “Serviços de alojamento, alimentação, reparação, manutenção e reparação”, que apresentou geração de 282 novos empregos formais  neste segundo trimestre. Na sequência, aparece o subsetor de “Transportes e comunicações”, que registrou saldo positivo de 50 vagas no mesmo período.

Segundo Ribas, a área de Tecnologia da Informação está entre os cinco setores de serviços que mais geraram emprego, indicando a importância do Parque Tecnológico para os empregos de São Leopoldo. Porém, a redução das vagas no setor do Comércio apresentou uma queda muito acentuada, o que é motivo de preocupação e questionamentos. “As pessoas não estão comprando em São Leopoldo e precisamos avaliar os motivos”.

Especialização – O Boletim apresentou também o índice de especialização da mão de obra, apontando que a Indústria Mecânica de São Leopoldo detém uma concentração atípica no Rio Grande do Sul. A Indústria da Borracha, Couros e Peles ficaram em segundo lugar e a Indústria Metalúrgica ficou em terceiro.

Painel – Para avaliar os dados do Boletim, foi promovido um painel com Valmir Pizzuti, diretor executivo do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico e Eletrônico de São Leopoldo, Luis Farias, diretor da CDL e Rafael de Souza, secretário municipal de Desenvolvimento, Tecnologia e Turismo.

Farias reconheceu que é preciso um esforço coletivo para o comércio local retomar seu crescimento. Para ele, fatores como outras atividades econômicas e carência de oportunidades fazem com que os trabalhadores migrem para outras oportunidades e sugere que as entidades se reúnam para a realização de projetos conjuntos para estimular o consumo local.

Rafael de Souza apresentou a série de ações que a Prefeitura Municipal vem realizando para criar um ambiente atrativo para os empreendedores, no que ele chama de círculo virtuoso onde cada segmento impacto no outro. Dentre as políticas públicas, está a Sala do Empreendedor, que executa em média dois mil atendimentos mensais. Integrada com a rede Simples, é a entrada para os processos para Alvarás de Localização e Sanitário e Licença Ambiental.  Com mudanças internas, os documentos, que antes levavam seis meses, passaram a ser liberados em 20 dias. O Programa Mão na Roda de Microcrédito, em 13 anos, já concedeu mais de R$ 6,5 milhões para  1,7mil operações de pequenos negócios.

Empresas – O secretário também destacou a evolução do Distrito Industrial da Zona Norte. Com seus 36 lotes já vendidos, somando 25 empresas contempladas, recebeu um aporte de R$ 13,5 milhões em infraestrutura.  Atualmente, sete empresas estão em operação e 18 estão com projetos aprovados ou em fase de licenciamentos.

O poder público, ao fazer parte da governança do Tecnosinos, está atuando fortemente para a ampliação do Parque, principalmente na liberação da área do Horto Florestal. Hoje, as 93 companhias lá instaladas geram em torno de seis mil empregos. A meta é chegar em 2024 com 300 empresas.

História – Valmir Pizzuti fez um relato sobre a indústria metalúrgica de São Leopoldo, evidenciando porque a cidade tem o índice de especialização no segmento mais elevado do RS. “Já em 1788, São Leopoldo tinha curtumes, sapateiros, ferreiros e funileiros. Desde lá temos no DNA a veia de empreendedores e a vocação para atuar no setor”, destaca.  Ao longo dos anos, empresas como Taurus e Stihl enviam produtos locais para os mais diversos países. “Atualmente, o que mais este setor precisa é de incentivo para continuar o caminho dos antepassados”, sintetiza.

Avaliação – O presidente da ACIST-SL, Oldemar Brahm, destacou a importância do boletim para os empreendedores locais e para quem deseja investir em São Leopoldo e que a entidade vem cumprindo com seu papel para o estímulo aos negócios e para a valorização da cidade. “A cada edição estamos apresentando não somente números, mas propostas para que possamos avançar no desenvolvimento da cidade”.

O Boletim tem o apoio das empresas Stihl, Frontec e Vila Rica Imóveis.

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