7ª edição do Empreendedoras em Movimento – Conhecimento & Networking abordou o tema Como a Inteligência Artificial e a Saúde Emocional Impulsionam o Crescimento das Empresas
Não é segredo que a Inteligência Artificial (IA) já faz parte dos negócios e até mesmo da rotina diária, a exemplo dos comandos pelo celular para ativação de eletrodomésticos. Na era da automação, onde a IA e a robótica já executam tarefas melhor do que os seres humanos e têm fôlego para ir muito mais longe em pouco tempo, é preciso analisar o assunto de um ângulo diferente. Ou seja, redefinir os significados e propósitos da vida. Esse foi o mote da 7ª edição do Empreendedoras em Movimento – Conhecimento & Networking, que abordou o tema Como a Inteligência Artificial e a Saúde Emocional Impulsionam o Crescimento das Empresas.
Promovido pelo Núcleo de Empreendedoras da Associação Comercial, Industrial, de Serviços e Tecnologia de São Leopoldo (ACIST-SL), o evento realizado na terça-feira (19), no Centro de Espiritualidade Cristo Rei (Cecrei), coincidiu com o Dia do Empreendedorismo Feminino, que representa a força, a resiliência e a inovação das mulheres. “Empreender para uma mulher é muito mais que abrir um negócio. É desafiar paradigmas, superar barreiras históricas e criar um espaço que muitas vezes não existe. É transformar sonhos em realidade, ideias em impacto e desafios em oportunidades”, disse a psicóloga Caroline Guinzelli, coordenadora do Núcleo de Empreendedoras, acrescentando que “empreender é mais que liderar negócios, é liderar mudanças”.
Ressaltou, ainda, que a escolha do tema da 7ª edição do evento foi para dar ênfase ao empreender com o olhar para si. “Independente se homem ou mulher, é preciso cuidar do corpo e da mente. Não é luxo. É necessidade”, afirmou Caroline, que é diretora da G&S Desenvolver e Humanizar. Segundo ela, a ajuda de ferramentas tecnológicas para realizar tarefas é de extrema relevância, uma vez que proporciona mais tempo para esses cuidados. O presidente da ACIST SL, Daniel Klafke, também validou a importância dos eventos do Núcleo e também citou que o sucesso no empreendedorismo não está relacionado ao gênero. “Empreender é uma questão de propósito, garra, determinação, agregação de valor e paixão pelo que se faz.”
IA x GESTÃO – A programação da 7ª edição foi dividida em três partes: palestra, debate e exposição de produtos e serviços das integrantes do Núcleo, com networking. Patrícia Bassani, doutora em Informática na Educação e professora titular de Pós-graduação em Diversidade Cultural e Inclusão Social da Universidade Feevale, abriu a rodada de conhecimento. Após um breve histórico do surgimento da IA, Patrícia falou sobre como essa ferramenta é valiosa para a gestão das empresas, pois oferece diversas funcionalidades que podem otimizar processos e aumentar a eficiência. “Além disso, permite que as equipes se concentrem em tarefas que exigem mais criatividade e estratégia”, destacou.
Patrícia, que é fundadora da Basic_, femtech com foco em transformação digital e empreendedorismo feminino, destacou alguns pontos positivos da utilização da IA. Entre eles estão a automatização de tarefas repetitivas, liberando tempo para que empreendedores e colaboradores se concentrem em atividades mais estratégicas e atendimento ao cliente; análise de dados, gerando insights valiosos sobre vendas e desempenho, auxiliando na tomada de decisões; e produção de conteúdo (apresentações, vídeos e outros materiais) tornando o marketing mais eficiente, além de curadoria de informações, com organização de dados relevantes, o que no processo manual demanda muito tempo.
Embora com todo o avanço da tecnologia e sua dependência cada vez mais implícita, ainda há um certo “medo” sobre a inteligência artificial. Preocupações que refletem um dilema sobre como a tecnologia pode alterar a natureza do trabalho humano e a necessidade de um equilíbrio entre a utilização das ferramentas e a preservação das habilidades humanas. “O evento foi incrível. Ao reunir tecnologia e emocional, mostrou que o olhar para si é cada vez mais essencial. Eu gosto muito da Amy Webb, que é uma americana futurista. Segundo ela, a gente deveria se chamar geração T, que é a geração de transição. É um novo mundo e vamos precisar aprender outras habilidades e nos desenvolver de uma forma diferente para entender e participar da cocriação com essas tecnologias”, afirmou Patrícia.
Desafios emocionais em pauta
Outro momento do evento foi o painel Saúde Emocional nas Empresas, que reuniu as psicólogas Karina Rebelo Hofstätter, Josivani Mendes e Caroline Guinzelli, que mediou o debate. As questões passaram por diversos pontos no universo empreendedor, como pressão para ser perfeito, cultura do julgamento, auto-sabotagem, crítica interna e a necessidade de autoconhecimento. Esses desafios emocionais, classificados como complexos e interligados, apontam que há necessidade por parte dos empreendedores de desenvolverem habilidades de resiliência e, acima de tudo, buscarem apoio emocional para navegar por eles de maneira eficaz.
Para Josivani, da Dedicar-se Saúde Emocional e Bem-Estar, existe uma forte pressão que leva os empreendedores a associarem seu valor pessoal a uma medida de perfeição. Essa expectativa de não errar pode resultar em sentimentos de inferioridade e autocrítica, dificultando a aceitação de falhas como parte do processo de aprendizado. “Quando vemos uma criança caminhando, dando os primeiros passos, ninguém diz que ela não pode errar. E ela cai, levanta e continua. Só os adultos não podem cair? É neste ponto que começa o grande problema, algo punitivo e que causa um sofrimento imenso.”
Para Karina, que é especialista em psicologia positiva e fundadora da Provoko, o processo de empreender exige muito, mas o autoconhecimento é essencial. Segundo ela, a tecnologia não é o problema e, sim, a forma como as pessoas a usam. Por exemplo, uma pessoa pode usar a tecnologia para se esconder ou se isolar, ou, ao contrário, pode utilizá-la para potencializar suas habilidades e conexões. Por isso, reconhecer suas próprias limitações e vulnerabilidades é fundamental para o bem-estar emocional e para a eficácia na liderança e gestão. “Eventos como o do Núcleo de Empreendedoras promovem possibilidades para que as mulheres se permitam e, ao mesmo tempo, possam entender que são capazes. A tecnologia veio para facilitar, dando mais tempo para o cuidar de si, cuidar aquilo que é mais precioso. Ou seja, ser um ser humano.”
Compartilhamento de ideias e networking
O compartilhamento de ideias, experiências e o networking são significativos para os participantes do evento. Para Ana Claudia Colissi, da Universo Granel e D´Ana Mystic, os eventos oportunizam muito aprendizado. “Muitas vezes, ficamos concentrados dentro do nosso mundo, sem saber o que está correndo em volta. Nesses eventos, sempre com palestras enriquecedoras, crescemos pessoalmente”, contou ela, que faz parte do Núcleo há dois anos.
O networking facilita a criação de conexões, permitindo que os participantes conheçam novas pessoas. Essa troca de informações pode levar a novas oportunidades de negócios e colaborações.
ESG – O Núcleo de Empreendedoras tem realizado ações que vão ao encontro das práticas de transparência, de governança e de responsabilidade social na busca de geração de valor e desenvolvimento sustentável. Nesta edição do Empreendedoras em Movimento, o Núcleo de Empreendedoras apoiou duas entidades sociais que atuam diretamente no universo feminino: a Associação Força Rosa, que oferece apoio gratuito a mulheres em tratamento de câncer, e a Cooperativa Mundo Mais Limpo, que utiliza óleo de cozinha para a confecção de artigos artesanais, como velas aromatizadas.
Patrocinadores: Empreendedores em Movimento tem o patrocínio da Sicredi Pioneira, Atelier Márcia Knob, Linéia Lagni Xavier, Sicredi Pioneira, Chimas de Meninas, Conquistar Consórcios, G&S Desenvolver e Humanizar, Timm Guinchos e Universo Granel.
O apoio é de Marília Dias Fotografia e de Jordana Kehl Decorações.
Edição: Elizabeth Renz | Redação: Marcia Greiner | Fotos: Marilia Santos
