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São Leopoldo apresenta avanço anual da atividade econômica, mas tem desafios no mercado de trabalho e aumento da pobreza

Boletim Socioeconômico Trimestral da ACIST-SL incorporou três recortes inéditos: perfil dos empregos, indicador de turismo e panorama sobre famílias de baixa renda e pobreza. Dados foram apresentados pelo economista Marcos Lélis | Foto: Elizabeth Renz

A Associação Comercial, Industrial, de Serviços e Tecnologia de São Leopoldo (ACIST-SL) apresentou, nesta sexta-feira (28), a 30ª edição do Boletim Socioeconômico Trimestral, com foco no desempenho econômico do município no terceiro trimestre de 2025. A publicação traz, pela primeira vez, três novos recortes: perfil dos empregos, indicador de turismo e panorama de baixa renda e pobreza.

Segundo o presidente da entidade, Daniel Klafke, o levantamento auxilia empresas, gestores e sociedade civil a compreender o momento atual da economia local. “Esta edição é simbólica e oferece uma visão clara dos desafios e das oportunidades de São Leopoldo neste fim de 2025”, afirmou.

Atividade econômica cai no trimestre, mas mantém crescimento no ano

Elaborado pelo Grupo de Pesquisa Competitividade e Economia Internacional da Unisinos, coordenado pelo economista Marcos Tadeu Lélis, o estudo mostra que o Nível de Atividade Econômica registrou queda de 2,2% no terceiro trimestre, na comparação com o mesmo período de 2024. No entanto, o acumulado de janeiro a setembro indica crescimento de 4,2%.

A metodologia analisa quatro pilares: arrecadação municipal, geração de emprego formal, indicador nacional (IBC-BR) e indicador estadual (IBCR-RS).

Emprego formal tem 1.954 novas vagas em 12 meses

Mesmo com ritmo moderado, São Leopoldo encerrou setembro com 63.589 trabalhadores formais, 1.954 a mais do que no ano anterior.
No terceiro trimestre, o saldo de contratações foi de 53 vagas, ficando atrás de Canoas, Novo Hamburgo e Gravataí no comparativo regional.

São Leopoldo ocupa ainda o quinto lugar no Estado em participação na massa salarial (total de renda gerada calculada pela soma dos salários recebidos), atrás de Porto Alegre, Caxias do Sul, Canoas e Passo Fundo.

Setor de Serviços lidera contratações; Indústria e Construção reagem pouco

O setor de Serviços foi o principal responsável por novas vagas — 1.155 no terceiro trimestre de 2025 — e responde por 43,9% dos empregos formais do município.
O Comércio criou 439 novas vagas, mantendo-se como o terceiro maior empregador (18%).
A Construção Civil apresentou sinais de recuperação, com 249 vagas, mas continua com baixa representatividade (0,16%).
A Indústria, com apenas 86 novas vagas, segue como o segundo maior setor em estoque de empregos (33,9%).

TI concentra melhores salários e maior geração de empregos

O BST revelou que os Serviços de Tecnologia da Informação são hoje o principal polo empregador da cidade. O setor registrou 5.217 trabalhadores em setembro e criou 667 novas vagas em 12 meses — o melhor desempenho entre todas as atividades. A função de analista de desenvolvimento de sistemas liderou as contratações, com 165 novos postos.

Na Indústria, o ramo de fabricação de máquinas-ferramenta aparece com forte peso, somando 3.489 empregos e 457 novas vagas.

Turismo tem indicador próprio no município

Utilizando uma metodologia desenvolvida pelo IPEA, o Boletim revela o inédito indicador de Turismo para São Leopoldo. Chamada “Participação no emprego total de São Leopoldo em 2025”, o levantamento inclui a soma dos empregos formais e informais associada ao turismo sobre o total de empregos formais em São Leopoldo. “O Turismo gera empregos informais devido ao seu perfil. Bares e restaurantes, por exemplo, contratam por hora ou período, inviabilizando a formalização”, explica Lélis.

Para obter o dados, o Boletim agrupou os setores de Alimentação, Alojamento, Transporte Terrestre Local, Aluguel de Transporte, Agências de Turismo, e Cultura e Lazer. Juntos, somaram 1.294 pessoas empregadas em setembro de 2025, participando com 2% do total dos empregos formais na cidade. Utilizando somente os dados de emprego formal destes seis setores, o estoque estimado de empregos em setembro de 2025 foi de 616 trabalhadores, representando 1% do total de estoque, que foi de 63.589 trabalhadores formais.

Pobreza cresce e São Leopoldo lidera percentual de beneficiários do Bolsa Família

O levantamento mostra um alerta importante: São Leopoldo tem a segunda maior proporção de pessoas em situação de pobreza entre os municípios avaliados, com 31,9% da população (71.955 pessoas). Canoas lidera, com 32,4%.

O município também aparece com o maior percentual de beneficiários do Bolsa Família da região. Em novembro de 2025, 17,2% dos moradores recebiam o benefício — o equivalente a 38.769 pessoas. Novo Hamburgo registrou o menor índice, com 11,1%.

Importante destacar que Pobreza considera famílias com renda per capita de até R$ 218 cadastradas no Cadastro Único (CadÚnico). Já a Baixa Renda considera famílias com renda per capita acima de R$ 218 até meio salário mínimo cadastradas no Cadastro Único.

Painel destaca impactos da enchente e da Reforma Tributária

 

Painel – Após a apresentação dos dados, ocorreu um painel formado por Marcos Lélis, Regina Caetano, vice-prefeita e titular da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, Turístico e Tecnológico (SEDETTEC); Arthur Müller Fiedler, coordenador de Finanças e Economia do Sicredi Pioneira e mediado por Roberta Wobeto, coordenadora do Núcleo de Contabilistas da ACIST-SL. Todos apontaram que são grandes os desafios para a retomada da economia de São Leopoldo. Dois anos de pandemia e uma avassaladora enchente em maio de 2024 deixou profundas marcas tanto nas pessoas como em setores econômicos. Roberta Wobeto chamou a atenção ainda pela Reforma Tributária, que trará sérios impactos.

O conteúdo completo do Boletim pode ser acessado AQUI

O patrocínio desta edição foi da Sicredi Pioneira, Frontec e Vila Rica Imóveis. Apoio: Quitutes da Berê
Pesquisa: CEI – Competitividade e Economia Internacional Unisinos

Redação e fotos: Elizabeth Renz

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