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Pacto Calçadista agora é The South Base

Pacto Calçadista agora é The South Base

 

Incremento das exportações private label para os Estados Unidos é um dos principais objetivos do novo posicionamento do movimento empresarial que visa alavancar o setor calçadista do Rio Grande do Sul

 

Empresários e representantes de entidades de classe conheceram em primeira mão a nova marca do projeto Pacto Calçadista. A iniciativa passa a chamar  The South Base (A Base Sul, em tradução livre). O novo logotipo e o conceito, mostrados no dia 26 de fevereiro, em Novo Hamburgo,  foram desenvolvidos pela agência especializada em branding Evolgo – Transformação de Marca. “O objetivo  foi a de recolocar o Brasil como centro próximo e confiável para fornecer calçados de qualidade para as marcas norte-americanas”, detalhou Felipe Schmitt-Fleischer, da Evolgo. Segundo ele, os atributos ‘explorador, prestativo e sábio’ são representados nessa nova identidade.  “The South Base é uma extensão natural da cadeia produtiva americana, não um fornecedor estrangeiro distante”, pondera.

 

 

the south base
The South Base identifica o calçado produzido no complexa calçadista do Rio Grande do Sul

 

A identidade visual remete à conexão, proximidade e progresso. No logotipo há um estilização da bandeira do Brasil e três linhas diagonais em vermelho, que indicam movimento e fazem alusão aos Estados Unidos. One Step Closer (A um passo de distância, em tradução livre) é o slogan. Todo o trabalho foi desenvolvido sob a perspectiva do cliente norte-americano, valorizando elementos que sejam importantes para ele. 

Christian Thomas, conselheiro e membro do movimento The South Base
Christian Thomas, conselheiro e membro do movimento The South Base

“Quando falamos de próximo (closer) não estamos tratando apenas da distância geográfica, mas também na proximidade cultural e histórica que temos com os Estados Unidos, um diferencial positivo em relação a outros concorrentes, como os asiáticos”, complementou Christian Thomas, conselheiro e membro do movimento. Brazil: the largest footwear cluster in the Americas (Brasil: o maior cluster calçadista das Américas, em tradução  livre) é o mote da campanha e reforça a importância do nosso país para as marcas norte-americanas.

 

Avaliações positivas

Marlos Schmidt, atual líder do movimento, considerou o rebranding extremamente positivo, com apontamentos assertivos e de acordo com o propósito. “Eu não tive acesso antecipado, mas tinha certeza da qualidade do que seria apresentado, devido à qualificação das pessoas envolvidas”, assinalou. “A marca não é para o Brasil e sim para o comprador norte-americano, que é o nosso principal foco”, reiterou.

Juliano Mapelli, diretor executivo do Sindicato da Indústria de Calçados, Componentes para Calçados de Três Coroas (SICTC), destacou que o The South Base é uma identidade que será percebida pelo mercado americano e que traz todos os princípios do calçado gaúcho. “Envolve nossa origem, nossa essência como fabricantes de calçados de alta qualidade e não concorre com empresas que atuam com marca própria, uma vez que há espaço para todos os nichos”. Ele lembra ainda que há dois projetos ocorrendo em paralelo, mas em sintonia com o The South Base, que são os cursos para formação de mão de obra e a vinda de uma comitiva da FDRA para conhecer o setor calçadista local. 

Diogo Leuck, secretário-executivo de desburocratização e empreendedorismo do Governo do RS, avaliou a iniciativa como excelente  Para ele, The South Base tem duplo sentido muito importante. “O Sul do Brasil é uma base para os Estados Unidos, assim como também o é para o Brasil”.

Para ele, o private label é um nicho de mercado. “Os americanos sempre trabalharam com  suas próprias marcas. O Brasil perdeu este nicho nos últimos anos devido à defasagem cambial e à concorrência chinesa. Agora, vamos retomar parte desta fatia, pois temos um sistema produtivo de excelente qualidade e muita sustentabilidade”. 

 

Sobre o The South Base
O movimento surgiu em dezembro de 2023, por iniciativa de um grupo de empresários, para alavancar o setor calçadista do Rio Grande do Sul. Teve origem no Programa Líder do Sebrae RS, instituição que contribuiu com ferramentas metodológicas para sua implantação. É formado por pessoas – fabricantes, fornecedores e prestadores de serviços – que doam seu tempo e conhecimento para melhorar o desempenho comercial das fábricas gaúchas e do cluster coureiro e calçadista. Atua em quatro eixos de trabalho: governança; pessoas, processos e produtos; comunicação interna do cluster; e marketing e internacionalização. Seu atual presidente é o empresário Marlos Schmidt. Ele destacou, na abertura do evento, que estão previstas diversas ações para 2025. Além do rebranding para The South Base, a capacitação de 25 empresas do setor para exportar para os Estados Unidos é um dos projetos para este ano.

 

O presidente e CEO da FDRA – Associação dos Distribuidores e Varejistas de Calçados da América, Matt Priest, participou ao vivo, diretamente de Nova Iorque, por intermédio de uma vídeo-chamada e falou sobre o novo cenário econômico e possíveis impactos para o setor. Ele ressaltou que a China está no centro das iniciativas do governo americano no que se refere ao aumento de taxas, o que deve impactar a entrada dos calçados deste país asiático. Priest também destacou o potencial do mercado interno local, que importa 2,1 bilhões de pares de calçados ao ano, sendo a maioria absoluta da China.

“Brasil & USA: Fronteiras do Futuro”


Depois da apresentação da nova marca, foi realizado o painel “Brasil & USA: Fronteiras do Futuro”, que tratou das oportunidades e desafios do calçado brasileiro nos Estados Unidos. Com mediação de Karin Becker, integrante do Pacto Calçadista – e agora The South Base – o painel teve a participação de Diogo Leuck, secretário-executivo de desburocratização e empreendedorismo do Governo do RS; Giovani Baggio, economista-chefe do Sistema Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs); e Marcus Huff, diretor de Calçados Killana.

 

 

Baggio lembrou que atualmente a China é o maior fornecedor de calçados para os Estados Unidos, com vendas que superaram US$ 10,28 bilhões, no ano passado. Já o Brasil ocupa apenas a 10a colocação no ranking, com negócios na ordem de US$ 250 milhões. Ele também ponderou sobre os riscos da nova política econômica que está sendo implementada por Donald Trump. “Ele falou em reciprocidade das tarifas. Importante lembrar que hoje eles impõem uma taxa de 12% sobre nossos calçados. Já o Brasil aplica imposto de 33% sobre estes artigos dos EUA”, alerta. Conforme o economista-chefe da Fiergs, há muito espaço para o produto feito no Brasil. “Aumentar a parcela no mercado dos Estados Unidos passa pela melhora da nossa produtividade e da nossa competitividade”, define.

Leuck, por sua vez, tratou do Plano de Desenvolvimento Econômico Inclusivo e Sustentável do Rio Grande do Sul, com ênfase no Arranjo Produtivo Setorial (APS). No plano do governo gaúcho cinco habilitadores transversais de competitividade são contemplados: capital humano, inovação, ambiente de negócios, infraestrutura e recursos naturais.

Foram identificados 12 grupos de produtos e serviços com potencial relevante para alavancar a economia do Estado, entre eles o calçadista. O programa APS é uma política pública do Estado para promover o adensamento da cadeia produtiva a partir da organização setorial, com ênfase no aumento da produtividade e competitividade dos setores. “Que demanda e faz o progresso são os empreendedores. O governo tenta não atrapalhar e auxiliar no que é possível”, argumenta Leuck.

Por fim, ele enfatizou que há recursos disponíveis para empreendedores com condições altamente favoráveis. Entre as fontes estão Funrig, Fundo do APL, Crédito de ICMS, Sistema S, BRDE e Badesul, e o Fundo Garantidor. A suspensão temporária do pagamento da dívida do RS com o Governo Federal permitirá a disponibilização de bilhões de reais, que também podem ser aplicados no fomento dos negócios.

Huff encerrou o painel falando da experiência da Killana no mercado norte-americano. “É importante aprender a cultura de negócios deles, que compreende prazos curtos e a exigência de procedência de matéria prima e também a destinação dos resíduos. É desafiador, mas também estimulante”, declarou.  O relacionamento entre a fábrica de calçados e os fornecedores também recebeu atenção especial do empresário. “Todos têm que estar engajados”, avaliou. Um alto padrão de compliance, a sustentabilidade da cadeia produtiva e a capacitação constante da mão de obra são peças fundamentais para se obter sucesso nas relações com as marcas norte-americanas.

Texto elaborado com a colaboração da GBN Comunicação

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