Uso de cookies

Para você navegar neste website, usaremos cookies para melhorar e personalizar sua experiência. Saiba mais em nossa política de de privacidade.

Obras de contenção de cheias em São Leopoldo devem ser concluídas em 2031

Meta foi estimada durante reunião entre ASSEMPLIFE,  Pró-Dique e Secretaria Estadual da Reconstrução realizada nesta segunda-feira, 06 de outubro de 2025 | Foto: Elizabeth Renz

 

Seriamente preocupados com a ausência de informações – e de ações – em relação às obras para a prevenção e contenção de enchentes, dirigentes e associados da ASSEMPLIFE (Associação dos Empresários e Profissionais Liberais do Bairro Feitoria) e do Pró-Dique São Leopoldo, cobraram do secretário estadual da Reconstrução, Pedro Capeluppi, informações sobre o andamento dos projetos e um prazo para o início e finalização. O encontro aconteceu nesta segunda-feira, 6 de outubro de 2025, em Porto Alegre, quando  entregaram um documento contendo uma lista de reivindicações e questionamentos. 

 

Representantes da ASSEMPLIFE e Pró-Dique entregam reivindicações para o secretária da Reconstrução, Pedro Capeluppi

O presidente da ASSEMPLIFE, Odinir de Zorzi, destacou que a população está intranquila e que cobra dos dirigentes um posicionamento, sobretudo quanto à construção do Dique do bairro Feitoria, bem como a inclusão da Rua das Camélias no projeto original. O local tem sido constantemente atingido pelas fortes chuvas. Tanto a ASSEMPLIFE como o Pró-Dique fazem parte do Grupo Territórios Empreendedores Superam integrando a equipe Prevenção e contingência de desastres.

Capelluppi assegurou que todos os trâmites para a execução do projeto executivo estão sendo feitos para assegurar a segurança dos moradores e respeitando os requisitos legais. O início das obras ainda não tem data, pois depende dos trâmites ocorrerem de forma regular. Porém, ele estima que a conclusão deverá ocorrer em 2031. “São obras complexas de engenharia que exigem estudos e validações que contam, inclusive, com um Comitê Científico”, justificou.  Ele também ponderou que a pasta agora conseguiu unificar os projetos de todas as prefeituras, o que assegura a continuidade das obras, mesmo com mudanças nos próximos governos. 

A  secretária adjunta Ângela Oliveira destacou que cada projeto tem um valor delimitado, alertando que a liberação dos recursos não é do Governo Estadual e sim realizada pela Caixa Federal após validação de um Comitê Gestor. “Precisamos combater a desinformação de que é o Estado quem paga as obras”, ressaltou.

Também participaram da reunião o deputado estadual Sergio Peres – que intermediou a reunião -; Guilherme Bartels, subsecretário de Projetos Estruturais; os representantes do Pró-Dique Josué Passos, Mari Boardman, Franklin Bueno, Dalva Conceição e Maria Goretti Jost, Airton Marchis, tesoureiro da Assemplife, os vereadores Aurélio da Padaria e Marcelo Pitol e os jornalistas Marco de Brito, do canal Berlinda; e Elizabeth Renz, do portal de Notícias São Leopoldo Negócios & Cia.

 

O que diz o ofício das entidades:

As entidades ASSEMPLIFE (Associação dos Empresários e Profissionais Liberais do Bairro Feitoria) e o Pró-Dique São Leopoldo, representantes da sociedade civil organizada, vêm por meio deste ofício apresentar solicitações e questionamentos sobre temas urgentes relacionados à reconstrução do município de São Leopoldo, especialmente no que diz respeito à moradia, infraestrutura de contenção de cheias, e transparência na gestão pública.

  1. Moradias e Aluguel Social
  • Solicitamos informações claras sobre os prazos, metas e critérios para a entrega de casas definitivas às famílias afetadas, especialmente aquelas atualmente em aluguel social, com contratos temporários e sem perspectiva definida de reassentamento.
  • Requeremos também transparência na destinação dos recursos públicos aplicados nessa área e acesso aos planos habitacionais previstos para São Leopoldo.
  1. Crédito para Comerciantes e Empreendedores
  • Reivindicamos a criação (ou ampliação) de linhas de crédito especiais para comerciantes e pequenos empreendedores atingidos, com:
  • Juros subsidiados;
  • Prazos de carência estendidos;
  • Critérios acessíveis e desburocratizados, compatíveis com a realidade das áreas alagadas.
  1. Licenciamento Ambiental
  • É fundamental que o Estado atue de forma ativa junto à FEPAM e à Metroplan para a celeridade na liberação de obras de dragagem e reconstrução de diques.
  • Propomos a criação de um regime especial de licenciamento emergencial para áreas de risco, com participação e fiscalização da sociedade civil organizada.
  1. Desassoreamento e Dragagem
  • Solicitamos a publicação de um cronograma oficial e transparente para o desassoreamento dos principais rios da região.
  • Propomos que o Pró-Dique São Leopoldo e a ASSEMPLIFE sejam incluídos como observadores em todas as etapas de planejamento e execução das obras hídricas e de contenção.
  1. Situação do Dique do Jardim Phoenix
  • Reiteramos preocupação com a obra abandonada do dique do Jardim Phoenix, paralisada após elevação até a casa de bombas.
  • Informações repassadas pelo Secretário Municipal Tarsan, via contato telefônico, indicam que não há verba, projeto ou prazo para retomada da obra

 

  • Diante disso, requeremos:
  • Posicionamento oficial da Secretaria Estadual de Reconstrução;
  • Avaliação técnica da obra e sua priorização dentro do plano estadual de obras emergenciais.
  1. Esclarecimento sobre o Dique das Camélias
  • Solicitamos posicionamento oficial da Secretaria sobre a inclusão (ou não) do Dique das Camélias no plano estadual de obras de reconstrução.
  • É essencial esclarecer se o dique está sendo considerado como obra estruturante prioritária ou não, e com base em quais critérios.
  1. Licenciamento ambiental do Dique da Feitoria e das Camélias
  • Requeremos pronunciamento oficial da FEPAM, por meio da Secretaria Extraordinária da Reconstrução, sobre:
  • Status atual dos processos de licenciamento das obras nos diques da Feitoria e das Camélias;
  • Pendências técnicas ou jurídicas que estejam travando o avanço das análises;
  • Prazo estimado para conclusão dos pareceres ambientais.
  1. Transparência e Participação da Sociedade Civil
  • Reivindicamos a criação de um painel de transparência público, com dados atualizados sobre:
    • Obras em execução e planejadas;
    • Repasses financeiros por município;
    • Situação dos contratos, cronogramas e percentuais de execução.
  • Reiteramos a importância de reuniões regulares com as entidades da sociedade civil organizada, como forma de democratizar o controle social e fortalecer a legitimidade das decisões públicas.

Conclusão – As entidades signatárias reforçam o compromisso com a defesa dos direitos dos atingidos, com a reconstrução justa e transparente, e com o diálogo institucional. Solicitamos, portanto, respostas objetivas, com prazos e responsáveis definidos, além de abertura a uma agenda de trabalho contínua com nossa participação.

Atenciosamente,

Odinir de Zorzi, Presidente da ASSEMPLIFE

Josué Passos da Silva, Representante do Pró-Dique São Leopoldo

Projetos para São Leopoldo com recursos federais, anunciados em julho de 2024

Em julho de 2024, o Governo Federal anunciou recursos do Novo PAC Seleções para projetos de reconstrução do Rio Grande do Sul. São Leopoldo deve receber mais de R$ 249,3 milhões em obras de infraestrutura e melhorias estruturais do sistema de proteção de cheias, que inclui elevação dos diques, construção de casa de bombas no Arroio Gauchinho no bairro Santos Dumont/Vila Brás e bacias de contenção e amortecimento. Os recursos prevêem ainda a construção do dique no bairro Feitoria, no valor de R$ 93 milhões. O Governo Federal deve destinar quase R$ 9 bilhões aos municípios gaúchos na prevenção de enchentes.

Diques –  O Governo Federal liberou R$ 1,9 bilhão para os municípios da Bacia do Rio dos Sinos na execução de projetos do sistema de proteção de cheias (diques). Os projetos de São Leopoldo contemplam a elevação e melhorias nos diques, incluindo Arroio Cerquinha e construção do sistema de proteção no bairro Feitoria.

Drenagem Urbana – Serão R$ 69,4 milhões para a casa de bombas no Arroio Gauchinho, redes de galerias auxiliares para evitar o extravasamento do arroio no bairro Santos Dumont/Vila Brás e bacia de proteção e amortecimento, além do desassoreamento. 

Esgotamento Sanitário – O Arroio da Manteiga irá receber R$ 124 milhões para o esgotamento Sanitário.

Abastecimento de água – O município vai receber R$ 55,9 milhões para a execução de projetos de cinco reservatórios, três elevatórias e adutoras.

Em dezembro de 2024 foi publicada no Diário Oficial da União, a Medida Provisória número 1.278, autorizando a criação de um fundo de R$ 6,5 bilhões para as obras de proteção contra cheias no Rio Grande do Sul. Com regras de aplicação estabelecidas pela MP, o próximo passo é a criação do fundo pela Caixa Econômica Federal. O banco será responsável pela administração enquanto as obras serão geridas pela União e pelo governo estadual.

 

Outras notícias