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Cluster para a Saúde trará novo ciclo de desenvolvimento para São Leopoldo

Integrantes do Parque Tecnológico de São Leopoldo – Tecnosinos e da Associação Comercial, Industrial e de Serviços de São Leopoldo (ACIST-SL) participaram nesta quinta-feira (21) de um painel promovido pela Associação para conhecer as potencialidades que a implantação do Cluster de Tecnologias para Saúde do RS trarão para a região e para o município. Leandro Hilbk, presidente da ACIST-SL, lembrou a grande mudança da matriz econômica ocorrida na década de 90 com a instalação do polo de informática e que se consolidou como Tecnosinos, tornando-se um case de sucesso em nível global. “Agora, vemos mais um novo ciclo de desenvolvimento que São Leopoldo promove por meio da integração com o Medical Valley, que é centro de tecnologia da Alemanha”, ressaltou.  Carlos Eduardo Aranha, gerente da Unitec – Incubadora Tecnológica, pontuou que São Leopoldo tem uma posição estratégica neste cluster, por abrigar uma série de empresas que já vem atuando no setor e soma-se agora a implantação do curso de Medicina. Ele também explicou que não haverá um prédio físico para abrigar a estrutura administrativa do cluster. Atualmente, há uma coordenação executiva do cluster realizada pelo governo estadual, sediada em Porto Alegre.

O professor e pesquisador Cristiano André da Costa, que coordena o Software Lab – Unisinos Software Innovatin Lab na área de pesquisa aplicada em parceria com empresas e instituições, destaca a importância do Cluster para os gaúchos. “Todo o Rio Grande do Sul faz parte do sistema, que é liderado pelo poder público em parceria com todos os agentes que têm relação com o setor de Saúde. São empresas, instituições de pesquisa, fornecedores, rede hospitalar, universidades, dentre outros, que passarão a compartilhar conhecimentos”, diz. Como exemplo, cita a parceria firmada, em 2016, entre o Software Lab e a Siemens Healthcare (localizada em Erlangen/Alemanha), focada na inovação e tecnologia para melhorar os procedimentos da otimizar cirurgias nas salas híbridas dos hospitais. “Este projeto foi o marco inicial do cluster de Saúde no Estado. Serão três anos de muita pesquisa e intercâmbio de profissionais, alunos e pesquisadores”, comemora.

O diretor da Qualis Teleinfectology e médico infectologista, Rodrigo Pires dos Santos, exemplifica a importância do cluster através da sua empresa. Incubada no Tecnosinos desde o ano passado, a Qualis, fundada em 2006, vem desenvolvendo sistemas que permitam a redução das infecções por bactérias no sistema hospitalar e que podem ser operados à distância. “A telemedicina permite a descentralização dos diagnósticos de tratamento, mas é preciso haver dispositivos com dados confiáveis e preços acessíveis”, destaca. Este mês, a Qualis terá realizado 100 mil avaliações em hospitais de diversas cidades do Estado, que registraram queda acentuada no percentual de infecção hospitalar.

Parque consolidado – O Parque Tecnológico de São Leopoldo está localizado em uma área de 250 mil metros quadrados próximo ao campus da Unisinos. Sua governança está baseada no conceito de tríplice hélice – Universidade, Poder Público Municipal e Empresas (representadas pelas ACIST-SL e Associação das Empresas do Polo de Informática). Segundo o gerente da Unitec, Carlos Eduardo Aranha, atualmente 90 empresas estão sediadas, sendo que 45 estão consolidadas no Tecnosinos e 45 são startups abrigadas nas três incubadoras tecnológicas. As empresas instaladas no Parque Tecnológico de São Leopoldo atuam em cinco setores: Tecnologia da Informação, Automação e Engenharias, Comunicação e Convergência Digital, Tecnologias para a Saúde e Tecnologias Socioambientais.
O Cluster de Tecnologias para a Saúde-RS integra mais de 50 instituições e em torno de 200 empresas do setor instaladas em todo o território do Rio Grande do Sul. Busca integrar universidades, hospitais, empresas, parques tecnológicos, incubadoras e outros entes públicos e privados na realização de negócios e desenvolvimento de novas tecnologias para o setor médico-hospitalar.O primeiro contrato foi estabelecido pelo cluster em 2016, com o Medical Valley, sediado em Erlangen, na Alemanha. No valor de 100 mil euros, viabilizados por meio de um convênio entre o Governo do Estado e a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), o plano de trabalho deste acordo é dividido em quatro eixos: produção de estudo consolidado das áreas de interesse comum entre o Cluster e o Medical Valley; realização de eventos de fomento à formação de parcerias entre empresas e universidades gaúchas e alemãs; viabilização de parcerias estratégicas, por parte do Medical Valley; e elaboração de modelagem para implantação de incubadoras para startups de saúde (medtechs).

Medical Valley é a denominação do centro de saúde situado na região da Bavária que abriga mais de 500 empresas na área de engenharia biomédica, a maioria de pequeno porte, mas que geram em torno de 45 mil empregos. Sua sede oficial fica em Erlangen, cidade onde estão localizadas grandes empresas do setor, como a Siemens Healthcare.  As parcerias mantidas com universidades, indústria, pesquisadores, profissionais da saúde e governo integram as áreas da Medicina e da Engenharia para projetos de tecnologia e inovação na área da saúde. O Medical Valley tem um Projeto de Internacionalização, que pretende implantar o “Vale da Saúde” em três países: EUA, China e Brasil. E o Rio Grande do Sul foi selecionado para ser a sede no país. Em 2016, o RS firmou acordo com o Medical Valley durante a missão do governo gaúcho à Alemanha e que prevê repasses da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), ligada ao Ministério da Educação, para custeio de bolsas, viagens técnicas, intercâmbio e repasses do modelo alemão. O primeiro resultado foi o projeto da Siemens com o  Software Lab, da Unisinos.

Fonte: São Leopoldo Negócios & Companhia.
Redação: Elizabeth Renz – coordenadora de Conteúdo | reg. prof. 8228/95

 

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