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SXSW 2025: Silvio Bitencourt, gestor executivo do Tecnosinos, aponta informações valiosas sobre IA e pessoas

Silvio Bitencourt, gestor do Tecnosinos

 

Nos dias 7 a 15 de março, o gestor executivo do Tecnosinos, Silvio Bitencourt (foto), cumpriu uma intensa agenda nos EUA. Ele participou do SXSW 2025, realizado em Austin, no Texas. O  evento celebra, desde 1993, a convergência entre tecnologia, filme e televisão, música, educação e cultura. É um festival  em formato de conferência (com palestras de diversos temas), música e filmes.

A conferência foi dividida por trilhas de conhecimento, como ambiente de trabalho, creator economy, cultura, startups, filmes e indústria de TV e inteligência artificial. A edição de 2025 contou com 450 sessões e tem palestrantes confirmados como Arvind Krishna, CEO da IBM, Jay Graber, CEO da rede social Bluesky, e John Fogerty, ex-líder da banda Creedence Clearwater Revival.

A trilha de ambiente de trabalho trouxe grandes nomes, como Laurie Santos, professora da Universidade de Yale e apresentadora do podcast The Happiness Lab, Morra Aaron-Mele, especialista em saúde mental e liderança, Michael C. Bush, CEO da Great Place to Work, e Matthew Duncan, head de liderança no futuro do trabalho da Microsoft.

Bitencourt acompanhou diferentes exposições e palestras voltadas à inovação, apreendendo os conteúdos expostos para disseminar pelo ecossistema inovativo do Parque Tecnológico São Leopoldo. Os recursos para a missão são provenientes do apoio da Rede RS Startup por meio da Fapergs.

Abaixo, o Portal São Leopoldo Negócios & Cia publica as impressões que o gestor do Tecnosinos enviou ao longo dos dias. Em forma de “diário de viagens”, as informações são extremamente valiosas sobre como as tecnologias, a inovação e a inteligência artificial se relacionam como pessoas.

SXSW 2025 #1 – Iniciei minha participação no SXSW 2025 comparecendo na sessão de abertura com Kasley Killam, MPH – renomada especialista em saúde social e autora premiada de The Art and Science of Connection. Ela explorou como a conexão significativa é essencial para a longevidade, o bem-estar e o sucesso, trazendo insights baseados na sua pesquisa em Harvard e sua experiência assessorando organizações globais. Junto com a especialista em ambiente de trabalho, autora e apresentadora de podcast Amy Gallo, discutiu o futuro da saúde social e seu impacto na transformação de indústrias e da sociedade. Em síntese, a discussão girou em torno da importância das relações humanas na construção de um mundo mais inovador e sustentável.

SXSW 2025 #2 – Todos os anos, repórteres e editores da MIT Technology Review montam uma lista das principais tecnologias revolucionárias que mudarão o mundo. Essa lista é um dos conteúdos mais populares do ano. Niall Firth compartilhou a lista da publicação com dez tecnologias inovadoras, explicando cada uma delas e como impactarão a maneira como vivemos e trabalhamos. Clique aqui e acesse o link com detalhes.

SXSW 2025 #3 – Assisti a um debate sobre segurança online e confidencialidade com Meredith Whittaker, presidente do Signal, e Guy Kawasaki, do podcast Remarkable People. A conversa foi tática, prática e até herética, trazendo reflexões importantes sobre como, nos dias de hoje, todos têm algo a proteger. Uma discussão essencial para quem se preocupa com privacidade e comunicação segura.

SXSW 2025 #4 – Participei de um painel sobre comunidades energéticas e sua transformação econômica, com grandes especialistas como Rusty Bell, do Office of Economic Transformation da Gillette College Foundation, Jacob Hannah, CEO da Coalfield Development, e Jeremy Richardson, do RMI. A discussão trouxe exemplos práticos de como essas comunidades estão se reinventando e criando oportunidades para trabalhadores e empresas. Esse é um tema muito relevante para o Sul do Brasil, onde diversas regiões dependem historicamente do carvão, como o polo carbonífero de Criciúma (SC) e a região de Candiota (RS). Assim como nos casos apresentados no painel, há um grande potencial para inovação, diversificação econômica e transição para novas matrizes energéticas. O aprendizado dessas experiências internacionais pode ajudar a escalar soluções que impulsionem a sustentabilidade e o desenvolvimento dessas comunidades.

SXSW 2025 #5 – Tive a oportunidade de assistir a uma palestra com Michael White, Diretor de Produtos da Zoox, durante a qual ele explorou a relação entre humanos e inteligência artificial. Com uma trajetória, que inclui passagens pela Disney e agora pela Zoox, compartilhou insights valiosos sobre como a interação entre humanos e tecnologia pode ser aprimorada para fortalecer a personalização e a autonomia dos usuários. Um dos pontos mais interessantes foi sua abordagem sobre a humanização da IA. Ele destacou a importância de garantir que a tecnologia complemente, em vez de competir, com a experiência humana. Utilizando os robotáxis da Zoox como estudo de caso, Michael mostrou como os humanos desempenham papéis fundamentais no suporte aos sistemas de IA e no desenvolvimento de soluções centradas no usuário.

SXSW 2025 #6 – Assisti a Amy Webb, CEO do Future Today Institute e professora da NYU Stern School of Business, que conduziu o lançamento da 18ª edição do Tech Trends Report do Future Today Institute, uma referência para empresas, formuladores de políticas e inovadores que buscam antecipar mudanças e tomar decisões mais informadas. Com 1.000 páginas baseadas em pesquisas rigorosas, a edição deste ano oferece uma profundidade sem precedentes e pode ser acessada clicando aqui. Nesta sessão, Webb apresentou uma análise baseada em dados sobre as tendências emergentes em tecnologia que devem estar em nosso radar em 2025, além mostrar cenários que transformarão nossa perspectiva sobre o futuro. Aqui você pode assistir o lançamento.

SXSW 2025 #7 – Tive a oportunidade de assistir a um painel extremamente relevante sobre a integridade da informação online, reunindo grandes nomes do jornalismo, da literatura e da tecnologia. Os painelistas Sewell Chan, editor executivo da Columbia Journalism Review e ex-editor-chefe do Texas Tribune e do Los Angeles Times; Stephen Harrison, advogado e escritor especializado em tecnologia, autor de The Editors; Laila Lalami, premiada autora de The Moor’s Account e The Other Americans; e Rebecca MacKinnon, Vice-Presidente de Advocacy Global na Wikimedia Foundation, compartilharam suas visões sobre como futuros fictícios podem fortalecer a verdade e os fatos na internet e quem são os heróis e anti-heróis na luta pela integridade da informação. Foi uma discussão inspiradora sobre os desafios e caminhos para um ambiente digital mais confiável e transparente. Grandes insights para refletir e aplicar!

SXSW 2025 #8 – Assisti a sessão “5ª Revolução Industrial: O Futuro Orientado por Dados Precisa de Você”, que explorou o papel fundamental da indústria de data centers na nova era impulsionada pela inteligência artificial. O painel abordou desafios como o aumento da demanda por energia e a escassez de talentos, discutindo a evolução dos data centers, seu estado atual e as inovações necessárias para sustentar o futuro digital. O debate contou com a participação de líderes do setor, como Dana Adams (Vantage Data Centers), que compartilhou sua experiência na expansão de operações de alto crescimento; Christian Belady, referência global em eficiência energética de data centers, com mais de 150 patentes e pioneiro na métrica PUE; Chris Crosby (Compass), que destacou sua abordagem inovadora para o desenvolvimento de data centers sustentáveis e escaláveis; e Kirk Offel (OVERWATCH Mission Critical), que trouxe insights sobre infraestrutura crítica e o impacto da colaboração na indústria. A sessão reforçou a importância dos data centers na 5ª Revolução Industrial e destacou oportunidades para inovação e sustentabilidade no setor. Foi altamente informativa e proporcionou uma visão estratégica sobre os avanços tecnológicos e desafios operacionais que moldam essa indústria essencial para a economia digital.

SXSW 2025 #9 – Desta vez, acompanhei o painel “News in the Digital Age: Distinguishing Fact from Fiction”. O debate contou com a participação de importantes especialistas na área de mídia e tecnologia, que discutiram os desafios atuais enfrentados na forma como consumimos informações e como as notícias são produzidas na era digital. Sarah Brandt, Vice-Presidente Executiva de Parcerias da NewsGuard, compartilhou sua experiência na luta contra a desinformação por meio do uso de inteligência humana. Ela destacou o trabalho feito para formar parcerias globais com provedores de IA generativa, plataformas tecnológicas, empresas de monitoramento de mídia, e outros setores, buscando criar uma rede para combater notícias falsas. Lehrman, uma reconhecida escritora e palestrante sobre confiança e notícias, falou sobre seu trabalho à frente do Trust Project e como ele visa criar uma mídia mais inclusiva nos Estados Unidos. Ela também destacou sua experiência como jornalista premiada em áreas como medicina, ciência e negócios, e discutiu a importância de um jornalismo responsável que aborde questões de desigualdade racial e étnica. Lehrman foi premiada com o Gold Globee Award como Female Achiever/Communicator of the Year em 2023 e foi nomeada uma das Top 20 Digital Innovators pelo MediaShift em 2018. Naomi Nix, jornalista do The Washington Post, trouxe sua visão sobre o impacto das grandes redes sociais, como a Meta, e como essas empresas moldam a maneira como as notícias são distribuídas e consumidas.

Mike Wendling, repórter digital da BBC, e co-fundador da unidade de desinformação da emissora, compartilhou suas experiências sobre os desafios enfrentados pelas plataformas tradicionais de mídia no combate à desinformação. Ele também foi editor e apresentador do BBC Trending, unidade que se dedica a monitorar a disseminação de informações falsas nas redes sociais. Este painel me proporcionou uma visão importante sobre como as novas tecnologias, como inteligência artificial e jornalismo cidadão, estão mudando o panorama da produção e consumo de notícias, além de como distinguir entre fatos e ficção se tornou um desafio cada vez mais complexo.

Aliás, aprendi que o jornalismo cidadão, também conhecido como jornalismo participativo ou de base, refere-se à prática em que indivíduos comuns, não necessariamente profissionais da área, produzem, relatam ou disseminam notícias, muitas vezes por meio de plataformas digitais como redes sociais, blogs e vídeos amadores. Com o avanço das tecnologias digitais, qualquer pessoa com acesso à internet pode contribuir para o processo jornalístico, cobrindo eventos em tempo real ou compartilhando informações que podem não ser captadas pela mídia tradicional. Esse modelo democratiza o acesso à informação, permitindo que diversas perspectivas sejam apresentadas e que acontecimentos locais ou de interesse específico sejam melhor cobertos, embora também traga desafios como a verificação da veracidade das informações e o controle da disseminação de fake news.

 

SXSW 2025 #10 – Tive a oportunidade de assistir à palestra “Além das Previsões: Dominando a Arte de Moldar o Futuro”, conduzida pelo Dr. Frederik G. Pferdt, primeiro Chief Innovation Evangelist do Google e autor de “What’s Next Is Now: How to Live Future Ready”. No livro, Frederik destaca como podemos nos preparar para o futuro adotando uma mentalidade ativa e dinâmica, que nos capacita a criar as oportunidades de amanhã no presente. A sessão foi reprisada devido ao grande interesse do público, o que me permitiu participar após não conseguir conciliar com outras palestras e painéis anteriormente. Em um mundo onde 98% das previsões falham, a grande lição da sessão foi clara: o futuro não deve ser apenas esperado, mas moldado. Frederik nos desafiou a transformar ansiedade em ação, incerteza em possibilidade e a construir um futuro que amamos, em vez de apenas tentar prever o que está por vir. Foi uma experiência instigante, pois nos fez repensar o amanhã e agir hoje para criar o futuro que desejamos.

SXSW 2025 #11 – Participei do painel com Brené Brown, Kenya Barris e Malcolm Gladwell, e foi uma experiência reveladora. A conversa explorou temas como vulnerabilidade, coragem e criatividade, conectando ciência, cultura e narrativa de forma envolvente em um bate-papo entre amigos. Um dos momentos mais marcantes foi a fala de Renê, que afirmou que as pessoas estão cansadas do “humano” e que, em tempos de inteligência artificial, metáforas, paradoxos e poesia são mais necessários do que nunca. Essa reflexão trouxe uma nova perspectiva sobre como nos expressamos e nos conectamos em um mundo cada vez mais mediado pela tecnologia. Brené Brown destacou a importância da empatia e da coragem na liderança, enquanto Kenya Barris abordou a necessidade de contar histórias que realmente importam. Malcolm Gladwell, por sua vez, trouxe provocações instigantes para aprofundar aspectos sobre comportamento humano. Foi inspirador acompanhar essa troca de ideias e perceber como, mesmo em meio às transformações tecnológicas, a criatividade e a profundidade humana continuam sendo essenciais.

SXSW 2025 #12 – Mesmo com muitas sobreposições consegui alcançar a palestra de Scott Galloway que conduziu uma análise abrangente das principais tendências econômicas, tecnológicas e sociais que moldarão o próximo ano. Clique aqui para acessar suas previsões. Suas observações destacaram a necessidade de adaptação por parte das empresas diante de um cenário de transformação acelerada. Enfatizou o impacto do aumento do consumo entre os jovens americanos, impulsionando a valorização de ativos. No entanto, alertou para a desconexão entre esse crescimento e a geração de receita real das empresas, fenômeno já observado durante a bolha das empresas de tecnologia nos anos 1990. Além disso, apontou o surgimento de novos modelos de negócio, como o da Shein, que, baseados exclusivamente em tecnologia e dados, desafiam empresas tradicionais a repensarem suas estratégias. A inteligência artificial e a automação foram temas centrais da discussão. Embora haja preocupações com a substituição de empregos, Galloway argumentou que essas tecnologias tendem a redirecionar talentos em vez de eliminá-los. Outro ponto relevante foi a crescente influência das grandes empresas de tecnologia, que assumem funções antes desempenhadas pelo Estado, afetando políticas públicas e a organização social.

Mas, em minha percepção, um dos temas mais impactantes foi a solidão, que Galloway classificou como a maior ameaça à sociedade americana. Ele destacou seu impacto na saúde mental e na economia, ressaltando que homens, em particular, tendem a se refugiar no mundo digital. No ambiente corporativo, esse fenômeno reforça a importância de políticas organizacionais que promovam interações sociais e bem-estar. Por fim, a palestra evidenciou que 2025 será marcado por desafios e oportunidades. O crescimento sustentável, a adaptação à automação e a promoção de um ambiente de trabalho humanizado serão fatores determinantes para a competitividade organizacional no cenário emergente.

SXSW 2025 #13 – Depois de muita fila, consegui assistir a uma das sessões mais curiosas do evento: uma conversa entre Ben Stiller e Eddy Cue sobre Severance e o impacto da inovação e criatividade na cultura. Stiller, que é produtor executivo e diretor da série, relembrou o início da parceria com a Apple TV+ e contou como, na época, nem sabia direito o que era a plataforma, já que ela ainda estava no começo. Apesar da incerteza inicial, ele destacou que essa relação criativa se tornou algo incrível ao longo dos anos. Eddy Cue, vice-presidente sênior de Serviços da Apple, também falou sobre a importância da série para a empresa e revelou que Severance se tornou a produção mais assistida da história do Apple TV+. Ele comentou o quanto as pessoas estão fascinadas pela série, que se aproxima do final da sua segunda temporada.

Uma parte divertida da conversa foi quando Stiller brincou sobre as comparações entre a Apple e a Lumon Industries, a misteriosa corporação fictícia da série. Ele disse que sempre achou que Severance era perfeita para estar na Apple, porque há algo na estética e nas ideias da série que se conectam com a empresa. Também fez piada sobre o orçamento da produção e perguntou diretamente a Cue se a Apple estava indo bem financeiramente, ao que Cue respondeu com bom humor: “Se você continuar fazendo um trabalho tão bom quanto está fazendo, acho que vamos ficar bem.” Ao longo da sessão, foram exibidos trechos inéditos da segunda temporada, e Stiller comentou, de forma enigmática, que “coisas vão acontecer” e que espera que o público embarque na reta final da história. A série, estrelada por Adam Scott, explora o intrigante conceito de separação entre a vida pessoal e profissional, com personagens que possuem versões “innies” e “outies”, sem memória entre suas duas realidades. Um dos temas centrais da nova temporada tem sido a tentativa de reintegração dessas duas versões, criando ainda mais tensão na trama. Foi uma experiência muito interessante assistir a essa conversa ao vivo, além de acompanhar as novidades sobre uma das séries mais fascinantes dos últimos anos.  Ainda não assisti Severance, mas, depois dessa conversa, com certeza entrou na minha lista. Veja aqui o trailer.

SXSW 2025 #14 – No painel “Colossal: Technology Company Turning Science Fiction To Science Fact”, assisti a uma apresentação sobre as inovações científicas lideradas pela Colossal Biosciences, uma empresa na vanguarda das tecnologias de edição genética, clonagem e úteros artificiais. Os palestrantes Ben Lamm, cofundador e CEO da Colossal, e Joe Manganiello, ator e produtor, compartilharam como essas tecnologias estão não apenas permitindo a restauração de espécies extintas, mas também criando soluções inovadoras para a preservação de espécies ameaçadas. Ben Lamm, com uma trajetória sólida em empreendedorismo tecnológico, explicou como a empresa está usando ferramentas como o CRISPR para reverter a extinção de espécies como o mamute lanoso, além de aprimorar as condições de vida de outras espécies.

Um dos pontos mais curiosos foi a criação dos “ratos lanosos”, um roedor modificado geneticamente para ter uma pelagem dourada, semelhante à de mamutes extintos. Além de sua aparência peculiar, esses roedores possuem um metabolismo acelerado, capaz de consumir gordura rapidamente – uma característica que lhes permite resistir a condições extremas de frio, como os mamutes na era do gelo. Esse avanço é um exemplo da aplicação prática da biotecnologia para estudar e até mesmo reviver traços genéticos de animais extintos. O painel não apenas destacou os progressos tecnológicos da Colossal, mas também trouxe uma reflexão sobre o impacto dessas inovações no futuro da biodiversidade e conservação. A discussão deixou claro que, embora ainda nos encontremos no início de uma nova era científica, a fronteira entre ficção científica e ciência real está cada vez mais tênue.

SXSW 2025 #15 – Então, participei do painel intitulado Life With Machines: The Best and Worst of A.I., uma análise crítica sobre o impacto da inteligência artificial nas mais diversas esferas da sociedade, incluindo democracia, mercado de trabalho, cultura e vida cotidiana. O painel foi conduzido por Baratunde Thurston, renomado storyteller e apresentador, que mediou discussões relevantes sobre as complexidades do relacionamento humano com as tecnologias emergentes. Contando com a presença de Rahaf Harfoush, antropóloga digital e autora best-seller, e Matt Klinman, comediante e roteirista de destaque, o painel abordou as múltiplas perspectivas que emergem do uso de A.I., indo de Hollywood à União Europeia, com um foco especial nas questões políticas, éticas e culturais.

O painel se destacou pela abordagem irreverente e ao mesmo tempo fundamentada nas nuances da A.I., proporcionando uma reflexão equilibrada entre os excessos de entusiasmo e as preocupações sobre os riscos tecnológicos. Um momento particularmente notável foi a presença de Blair, a coprodutora de IA do podcast Life with Machines, que participou da discussão, trazendo uma perspectiva inusitada e enriquecedora sobre o papel crescente de inteligências artificiais no processo de criação e produção de conteúdo. A sua presença sublinhou o potencial da IA não apenas como ferramenta, mas como coparticipante ativa em processos criativos, uma ideia que desafiou a audiência a repensar o papel da tecnologia na indústria cultural e na formação de narrativas contemporâneas.

Além disso, a interação com a audiência foi particularmente dinâmica, utilizando cards coloridos para envolver os participantes de maneira prática e visual. Os participantes foram convidados a compartilhar suas experiências com IA usando os cards para categorizar suas respostas entre sucessos e falhas da tecnologia. Esse formato estimulou um ambiente de aprendizado interativo, onde os membros da audiência puderam expressar suas opiniões e experiências de maneira engajada, promovendo uma reflexão crítica sobre o uso de IA em uma variedade de contextos. A utilização dos cards coloridos não apenas facilitou a organização da interação, mas também adicionou uma camada visual que ajudou a destacar as diferentes visões sobre as aplicações da IA equilibrando as visões idealistas e céticas sobre seu impacto na sociedade.

SXSW 2025 #16 – Acompanhei a sessão intitulada “AI Beyond Machine Learning: What’s Next/Better? Why? How?”, conduzido por Peter Voss, fundador e CEO da AIGO. O evento, realizado no Hilton Austin Downtown, no Salon C, reuniu profissionais e acadêmicos para discutir os avanços mais recentes no campo da Inteligência Artificial (IA), com ênfase na IA cognitiva e suas implicações para o futuro do desenvolvimento tecnológico. A sessão iniciou com uma análise crítica das limitações dos modelos tradicionais de machine learning. Peter Voss, um dos pioneiros da Inteligência Artificial Geral (AGI), expôs que a IA convencional, caracterizada pela dependência de grandes volumes de dados e considerável poder computacional, não é suficiente para alcançar um nível de inteligência semelhante ao humano. Ele questionou a eficiência dos sistemas atuais ao observar que, enquanto o cérebro humano utiliza apenas 20 watts de energia para aprender de forma incremental, os modelos de IA tradicionais exigem uma quantidade desproporcional de recursos.

Voss apresentou a IA cognitiva como uma alternativa mais eficiente e alinhada com os processos de aprendizagem do cérebro humano. Diferentemente dos modelos de machine learning, que são específicos para tarefas e requerem grandes quantidades de dados para funcionarem, a IA cognitiva aprende de forma contínua e dinâmica, adaptando-se ao ambiente e aos desafios de maneira mais flexível e eficiente. Nesse sentido, ele argumentou que a verdadeira evolução da IA passa por um modelo mais inteligente e humano, capaz de raciocinar em tempo real e evoluir junto ao contexto ao seu redor. Além disso, Voss abordou o impacto potencial dessa abordagem em diversas áreas, incluindo pesquisa médica, gestão de crises e inovações industriais, sugerindo que a IA cognitiva poderia ser uma ferramenta essencial para resolver problemas complexos e globais. Ele também criticou a atual ênfase em modelos de grande escala, como os baseados em redes neurais profundas, defendendo que o futuro da IA deve estar centrado em soluções mais eficientes e adaptativas.

Essa apresentação foi particularmente relevante para minha reflexão acadêmica sobre o futuro da IA, pois desafiou as abordagens convencionais e ofereceu uma nova perspectiva sobre como os sistemas de IA podem evoluir para serem mais inteligentes e úteis. A proposta de Voss sobre a IA cognitiva, com sua capacidade de aprender de forma incremental e adaptar-se dinamicamente ao ambiente, representa um avanço significativo na forma como entendemos e projetamos sistemas de inteligência artificial. De fato, a discussão proposta por Voss lança luz sobre a necessidade de repensar a base teórica e prática da IA, com ênfase na criação de sistemas mais eficientes e alinhados com os processos cognitivos humanos. Sua visão propõe uma mudança de paradigma que pode, de fato, abrir novos caminhos para a pesquisa e a aplicação da IA em áreas críticas, impactando diretamente o desenvolvimento de soluções inovadoras para desafios globais. Essa experiência contribuiu significativamente para ampliar minha compreensão sobre as perspectivas futuras da IA e reforçou a importância de continuar explorando abordagens que priorizem a eficiência e adaptabilidade no desenvolvimento de tecnologias inteligentes.

SXSW 2025 #17 – O domingo encerrou com oportunidade de interagir com Neil Theise, autor de Notes on Complexity: A Scientific Theory of Connection, Consciousness, and Being, e obter uma cópia autografada de seu livro, é uma experiência única no contexto do SXSW. O evento reúne especialistas para discutir inovações nas áreas científica, tecnológica e cultural, e essa é uma chance de dialogar com um autor cujas pesquisas conectam teoria da complexidade, consciência e interconectividade dos sistemas biológicos e sociais. O livro, premiado com o Nautilus Book Award 2024, traz insights sobre temas que impactam a ciência e a filosofia. Obter uma cópia autografada não é apenas uma lembrança do evento, mas também uma oportunidade de se conectar diretamente com uma obra que propõe novas formas de entender o universo e nossa relação com ele.


11 de Março de 2025

SXSW 2025 #18 – Tive a oportunidade de participar de uma sessão conduzida por Morra Aarons-Mele, uma renomada especialista em liderança e saúde mental, cujo trabalho tem sido amplamente reconhecido no cenário global. Morra é uma profissional com décadas de experiência como estrategista política, de saúde pública e defesa de questões sociais, tendo atuado em organizações de grande porte, como empresas da Fortune 500 e agências governamentais dos Estados Unidos. Ela é também a criadora do podcast The Anxious Achiever, reconhecido por sua contribuição significativa à discussão sobre saúde mental e liderança.

Durante a sessão, Morra compartilhou insights valiosos sobre como os desafios mentais e emocionais, como a ansiedade e a neurodivergência, podem ser transformados em pontos fortes no ambiente profissional. Um dos conceitos mais impactantes que ela explorou foi a ideia de “be boldly bad at things” — a coragem de ser intencionalmente imperfeito ou “ruim” em determinadas áreas, permitindo que isso se torne uma oportunidade de crescimento e aprendizado contínuo. Morra também abordou a importância de entender o nosso “tricky brain”, ou seja, a complexidade de nossas mentes, e como essas características podem ser, na verdade, superpoderes quando corretamente compreendidas e aceitas.

Essa abordagem inovadora e genuína ajudou a aprofundar minha compreensão de como a vulnerabilidade e a autenticidade podem ser ferramentas poderosas para um estilo de liderança mais empático e eficaz. Em um contexto acadêmico, esses conceitos podem ser especialmente relevantes para a construção de um modelo de liderança mais inclusivo e sustentável, que reconhece a importância da saúde mental como um elemento fundamental no desenvolvimento de líderes e equipes de alto desempenho.

SXSW 2025 #19 – Participar da sessão intitulada “From Cages to the Real World: The Dawn of Physical AI” no SXSW 2025 foi uma experiência gratificante intelectualmente. A exposição contou com líderes visionários que estão na vanguarda da integração entre inteligência artificial e robótica, oferecendo insights valiosos sobre como a IA está ganhando forma física e impactando diversos setores.

Dr. Anirudh Devgan, Presidente e CEO da Cadence, iniciou a discussão destacando as oportunidades e desafios associados à transição da infraestrutura de IA para a autonomia física. Ele enfatizou a importância de navegar pelas fronteiras tecnológicas emergentes e como isso está democratizando a robótica em múltiplos domínios.

Sir Tim Berners-Lee, inventor da World Wide Web, compartilhou sua visão sobre a evolução da internet e o papel crucial da IA física na transformação digital. Sua perspectiva histórica e futurista proporcionou uma compreensão profunda de como a web e a IA convergem para moldar o futuro.

Tye Brady, Chief Technologist da Amazon Robotics, apresentou avanços significativos na robótica física, discutindo como a Amazon está integrando IA física para aprimorar operações logísticas e de atendimento ao cliente. Sua visão sobre a aplicação prática da IA física exemplifica a transformação de conceitos em soluções tangíveis.

Dra. Andrea Thomaz, CEO e cofundadora da Diligent Robotics, compartilhou insights sobre o desenvolvimento de robôs sociais como o Moxi. Ela destacou como a IA física está sendo aplicada para melhorar a eficiência e a qualidade dos cuidados de saúde, ilustrando o impacto direto da tecnologia na vida cotidiana.

Jennifer Stojkovic, moderadora do painel e autora de “The Future of Food is Female”, conduziu a conversa com perspicácia, conectando os tópicos discutidos à inovação no setor alimentício e à sustentabilidade. Sua abordagem estratégica ressaltou a interconexão entre tecnologia, indústria e sociedade.

A sessão proporcionou uma visão abrangente de como a IA física está saindo dos laboratórios e entrando no mundo real, transformando indústrias e a vida cotidiana. Fiquei especialmente impressionado com a ênfase na colaboração interdisciplinar e na necessidade de abordar questões éticas à medida que avançamos nessa nova era tecnológica. A IA Física integra sistemas de inteligência artificial com capacidades físicas, permitindo que máquinas e robôs interajam e se adaptem ao mundo físico de maneira inteligente.

Durante a sessão, não pude deixar de lembrar dos Jetsons, especialmente da personagem Rosie, a robô doméstica que cuidava da família no futuro retratado na série animada. Rosie exemplifica a visão de robôs físicos integrados ao cotidiano humano, antecipando o que estamos começando a realizar com a IA física atualmente. Um exemplo real dessa tecnologia é a Waymo, uma empresa que desenvolve e opera veículos autônomos, exemplificando a aplicação da IA Física em carros autônomos. Essa convergência entre o mundo digital e o físico está abrindo novas fronteiras para a automação, oferecendo soluções inovadoras em setores como saúde, logística e serviços domésticos. A contínua evolução da IA física está transformando significativamente e de forma acelerada a maneira como interagimos com a tecnologia no cotidiano e nossas vidas cotidianas.

SXSW 2025 #20 – Acompanhei a sessão “Innovation Unbridled: The Opportunity and Peril of AI”, um painel que trouxe reflexões essenciais sobre o impacto da inteligência artificial na sociedade, na economia e no futuro do trabalho. O painel contou com a participação de grandes nomes do setor: Patricia Geli, Managing Partner da C10 Labs, especialista em parcerias público-privadas para inovação em tecnologias emergentes; Anupam Govil, Managing Partner e líder de pensamento em IA na AAA, com vasta experiência em transformação digital e investimentos estratégicos; Vrinda Menon, CTO e Managing Director no JPMorgan Chase, reconhecida por sua atuação em tecnologia financeira e pela promoção da diversidade no setor de tecnologia; e Murali Swaminathan, CTO da Freshworks, que lidera a estratégia global de tecnologia da empresa, focada em soluções baseadas em IA para otimizar a experiência do cliente.

Durante a discussão, foram abordados temas cruciais como o potencial da IA para transformar indústrias e melhorar a vida das pessoas, mas também os desafios que acompanham essa revolução, como o impacto no mercado de trabalho, o viés algorítmico e a necessidade de regulamentação responsável. Um ponto forte do debate foi a necessidade de as empresas se tornarem “AI-first”, ou seja, adaptarem-se rapidamente às inovações tecnológicas para manter a competitividade.

Outro aspecto central foi a importância da democratização dos benefícios da IA garantindo que seus avanços não fiquem restritos a grandes corporações, mas beneficiem a sociedade como um todo. Além disso, os painelistas discutiram a questão da IA como um possível risco existencial e os caminhos para mitigar seus impactos negativos, garantindo uma governança ética e responsável. A sessão trouxe vários insights sobre os desafios e as oportunidades que a IA representa, reforçando a necessidade de equilibrar inovação com responsabilidade. Foi uma experiência importante que reforça a necessidade dessa discussão e reflexões sobre como a inteligência artificial continuará moldando nosso futuro.

SXSW 2025 #21 – Em uma manhã de evento, percorri o SXSW Expo, um espaço que reúne as indústrias mais inovadoras, oferecendo uma imersão nas tendências tecnológicas, design, impacto social, entretenimento, saúde e bem-estar, e muito mais. A cada edição, a curadoria do SXSW busca as marcas, serviços e produtos mais disruptivos, criando uma convergência de ideias e descobertas que nos levam diretamente para o futuro. Tive a chance de explorar diversos pavilhões e um destaque especial foi o Podcast Lounge, onde pude acompanhar de perto uma sessão sobre a interação entre a educação superior e a inteligência artificial. O lounge, especializado em podcasts de variados gêneros, trouxe conteúdos centrados em programação de impacto social, gaming, música, cinema, tecnologia, entre outros, proporcionando uma excelente oportunidade para explorar novas perspectivas e debates.

Além disso, o SXSW Expo contava com outros pavilhões como o Innovation, que destacou disruptores e líderes de pensamento à frente das tendências tecnológicas e criativas, e o Global, onde pude explorar iniciativas e tendências de todo o mundo. O Social Impact foi outro ponto de interesse, mostrando como empresas estão criando soluções duradouras para melhorar a sociedade em níveis sociais, econômicos e ambientais. O Health + Wellness apresentou soluções focadas na melhoria da qualidade de vida, enquanto o Entertainment trouxe as últimas inovações nos setores de filmes, música e games, com projetos e produções revolucionárias. O SXSW Expo foi uma experiência imersiva, que me proporcionou acesso único às tendências e soluções de ponta. A participação no Podcast Lounge foi especialmente enriquecedora, permitindo-me aprofundar meus conhecimentos sobre a relação entre educação e inteligência artificial, uma temática de grande relevância no cenário atual.

SXSW 2025 #22 – Assisti um podcast ao vivo sobre o impacto da inteligência artificial no ensino superior. Foi uma conversa reunindo especialistas de diversas áreas – academia, desenvolvimento econômico e políticas públicas – para discutir como as instituições de ensino estão lidando com a crescente influência da IA na economia e no mercado de trabalho.

O painel contou com a participação de John McDonald, líder com mais de 30 anos de experiência em inovação e empreendedorismo, atualmente à frente do Tulsa Innovation Labs. Ele compartilhou sua visão sobre como as universidades podem colaborar com o setor econômico para preparar estudantes para um futuro impulsionado pela IA. Alisa Miller, Chief AI Officer e membro do conselho da Aletheia Marketing & Media, trouxe insights sobre a importância de uma IA ética e responsável, destacando o papel da academia na construção de sistemas mais transparentes e alinhados a valores humanos. Dakota Pawlicki, Diretor de Talent Hubs na CivicLab e apresentador do podcast Today’s Students, Tomorrow’s Talent, falou sobre as mudanças na educação pós-secundária e a necessidade de preparar os alunos para o mercado de trabalho do futuro. Dr. Julie Schell, da Universidade do Texas em Austin, compartilhou sua experiência na implementação de IA na educação, incluindo seu projeto UT Sage, um tutor de IA criado para aprimorar o ensino universitário.

Fora produzidas muitas reflexões sobre o papel das universidades na preparação de alunos para um futuro impulsionado pela IA abordando desde a necessidade de atualização curricular até o desenvolvimento de pesquisas que guiem uma adoção responsável da tecnologia. Um ponto que me chamou atenção foi a discussão sobre como a IA pode tanto ampliar oportunidades quanto aprofundar desigualdades, dependendo de como for implementada e regulada. Um destaque foi a análise sobre os desafios estruturais do sistema educacional, que muitas vezes ainda está “programado para o passado”, enquanto a tecnologia avança em ritmo acelerado. Os palestrantes trouxeram exemplos de iniciativas que já estão transformando a relação entre IA e ensino, além de explorar os impactos da tecnologia no desenvolvimento econômico das cidades.

Um exemplo concreto destacado por Dr. Julie Schell, é o UT Sage que foi projetado para apoiar o uso responsável da IA generativa no ensino e na aprendizagem. A plataforma permite que professores criem chatbots interativos para engajar os alunos e personalizar a experiência de aprendizado. Além disso, os instrutores podem configurar sessões de tutoria sobre qualquer tema, utilizando princípios estabelecidos de design educacional. Um diferencial importante é que a ferramenta garante a proteção dos registros educacionais dos alunos, tornando-se um modelo interessante para integrar IA na educação de forma segura e eficiente. Mais detalhes sobre o projeto podem ser encontrados clicando aqui.

Algo que me chamou especialmente a atenção foi a visão da Lumina Foundation sobre a importância de expandir o acesso à educação e formação profissional para um maior número de americanos após o ensino médio. A fundação defende que a educação deve ser uma ferramenta de oportunidade, ajudando as pessoas a construírem um futuro melhor para si mesmas e suas famílias. Atualmente, 55% dos adultos em idade ativa nos EUA possuem diplomas universitários, certificados ou certificações reconhecidas pela indústria, um aumento significativo desde 2008, quando esse número era de apenas 38%. O objetivo da fundação é que, até 2040, 75% da força de trabalho americana tenha qualificações que levem à prosperidade econômica. No entanto, o painel também abordou os desafios desse cenário. Com o aumento dos custos do ensino superior, as incertezas sobre o retorno financeiro dos diplomas e o impacto crescente da inteligência artificial no mercado de trabalho, muitas pessoas estão questionando se vale a pena investir em educação formal. A Lumina Foundation argumenta que a solução está em tornar a educação mais acessível, alinhada às necessidades do mercado e valorizada como um caminho para o crescimento profissional e econômico.

SXSW 2025 #23 – Tive a chance de assistir um painel exclusivo na SXSW, onde Lars Ulrich, cofundador e baterista do Metallica, conversou com Zane Lowe, renomado produtor, DJ e diretor criativo global da Apple Music. O bate-papo abordou a relação da banda com a tecnologia ao longo das décadas e como eles continuam inovando para se conectar com os fãs.

Lars destacou como Metallica sempre buscou maneiras de romper barreiras entre banda e público, mencionando desde o lançamento pioneiro de transmissões online nos anos 90 até a nova experiência em realidade virtual desenvolvida para o Apple Vision Pro. Trata-se de um curta-metragem em realidade virtual chamado “Metallica”. Com aproximadamente 26 minutos de duração. O filme coloca o espectador no papel de vocalista da banda, proporcionando uma perspectiva única de um show ao vivo. A experiência foi gravada durante um concerto no México. Segundo Lars, essa imersão permite que os fãs experimentem a sensação de estar no palco como vocalista da banda, algo que, apesar do alto custo do dispositivo, representa um novo passo na relação artista-fã.

Zane Lowe, por sua vez, trouxe sua perspectiva sobre a evolução do consumo musical e como a interatividade tem se tornado um fator essencial. Com sua experiência no Apple Music e como um dos principais curadores da indústria, ele ressaltou como artistas que se adaptam às novas plataformas conseguem manter relevância e expandir sua base de fãs. Sua condução do painel foi dinâmica e envolvente, explorando não apenas a parte técnica da inovação, mas também o impacto emocional dessa conexão digital.

O mais interessante foi perceber que, mesmo sendo uma banda histórica, Metallica segue inquieta e disposta a testar novos formatos. Lars fez questão de enfatizar que, apesar da adoção de tecnologias avançadas, o espírito coletivo do Metallica permanece o mesmo, algo que ele credita à sua herança dinamarquesa, onde o foco está no “nós” e não no “eu”. Essa mentalidade se reflete também no trabalho filantrópico da banda por meio da fundação All Within My Hands, que já arrecadou mais de 20 milhões de dólares para educação, combate à fome e socorro a desastres. O painel também teve momentos descontraídos, como quando Lars brincou dizendo que “Metallica está doando Vision Pros para todo mundo”, arrancando risadas do público. Além disso, fãs presentes na plateia interagiram diretamente, pedindo músicas e sugerindo locais para futuras apresentações, algo que reforçou a autenticidade e o vínculo próximo da banda com sua comunidade. De fato, o Metallica continua desafiando os limites do que significa ser uma banda de rock nos tempos atuais.

 

SXSW 2025 #24 – Ao assistir à sessão com Björn Bender, CEO e Presidente Executivo da Rail Europe desde 2022, ficou evidente que, apesar do foco no transporte ferroviário de passageiros nos Estados Unidos, as lições apresentadas são amplamente aplicáveis a outros países, incluindo o Brasil. A experiência europeia demonstra que a interconectividade, a inovação tecnológica e um modelo de gestão voltado para o usuário são fatores essenciais para a transformação da mobilidade. Além disso, um dos aspectos mais marcantes da fala de Bender foi a sustentabilidade das ferrovias, tema central para o futuro do transporte global. Bender destacou que os trens são uma alternativa significativamente mais sustentável em comparação com aviões e automóveis, uma vez que emitem menos CO₂ por passageiro e por tonelada de carga transportada. Essa vantagem ambiental reforça a necessidade de políticas públicas e investimentos que priorizem a expansão e modernização das malhas ferroviárias. No Brasil, onde a infraestrutura ferroviária é majoritariamente voltada ao transporte de cargas, há um grande potencial para ampliar o uso desse modal tanto para passageiros quanto para mercadorias, reduzindo a dependência de rodovias e suas altas emissões de carbono.

Outro ponto relevante abordado foi o uso de novas tecnologias para tornar o setor ferroviário mais eficiente e ambientalmente responsável. A inteligência artificial, por exemplo, pode otimizar rotas, reduzir desperdícios e melhorar a gestão energética das composições. Além disso, a eletrificação das ferrovias e a adoção de biocombustíveis são caminhos viáveis para tornar esse modal ainda mais sustentável. A fala de Bender reforçou que a transição para um modelo de transporte mais ecológico depende de um esforço conjunto entre governos, empresas e a sociedade. Assim como os EUA podem aprender com a Europa para fortalecer suas ferrovias, o Brasil também pode se inspirar nessas experiências para desenvolver soluções inovadoras, garantindo que a mobilidade ferroviária desempenhe um papel central em uma economia mais verde e eficiente.

Enquanto isso, em dezembro de 2024, o governo da China inaugurou a maior linha férrea de alta velocidade do mundo, com 2.298 quilômetros de extensão, ligando o norte do país à província de Guangzhou, no sudeste. Os trens da nova linha operam a uma velocidade de 300 quilômetros por hora, reduzindo o tempo total da viagem para apenas oito horas, um avanço significativo em relação às mais de 20 horas anteriormente necessárias para percorrer o mesmo trajeto.

SXSW 2025 #25 – Na sessão intitulada “Farewell, Information Age — Welcome to the Imagination Age!”, assisti uma apresentação envolvente de Helen Todd, uma das pioneiras na interseção entre IA e criatividade. Helen compartilhou sua jornada desde os primórdios da social media, quando cofundou a Sociality Squared, até seu atual projeto, o Creativity Squared, onde explora de forma inovadora como a inteligência artificial pode potencializar o processo criativo. A inovação de Helen foi ainda mais evidente ao apresentar Helen 2.ODD, seu clone digital, um avatar hiper-realista que não só fala 28 idiomas, mas também é capaz de realizar produções de vídeo de forma eficiente, e frequentemente aparece em conferências.

Helen também introduziu a ideia da Era da Imaginação, que, segundo ela, começou em 2023, marcando o fim da Era da Informação. Na Era da Imagem ou Era da Imaginação, o valor econômico passa a ser gerado pela força das ideias e pela criatividade humana, e não mais pela produtividade ou pela quantidade de informações. Helen explicou que a transição entre as eras está ligada à crescente importância da IA e ao papel central que as ideias e a imaginação têm na sociedade moderna. Para ela, a Era da Informação, que teve seu auge nos anos 2000 até 2022, focava na coleta e disseminação de dados, enquanto a Era da Agricultura, que começou cerca de 10.000 anos atrás, se centrava na produção de alimentos e na organização das primeiras sociedades, e a Era Industrial, iniciada no século 18, foi dominada pela mecanização e pela produção em massa.

O ponto alto da sessão foi ver como a IA não só está moldando a criatividade, mas também como Helen está utilizando sua plataforma para promover um futuro mais responsável e centrado no ser humano. Além disso, Helen detalhou sua atuação como cofundadora do CincyAI, a maior comunidade de IA de Ohio, e como sua contribuição para o mundo das artes é significativa, com 10% da receita do Creativity Squared sendo direcionada ao ArtsWave, uma organização que apoia artistas e projetos culturais, com foco especial em vozes negras e latinas. O mais impressionante foi ver como Helen está quebrando barreiras não só como uma líder no marketing digital, mas também como uma defensora da IA ética, e como ela está ajudando a construir uma comunidade que conecta a arte, a tecnologia e as pessoas. A sessão nos leva a refletir sobre o impacto da IA na criatividade humana e a importância de abraçar essas inovações de forma consciente e inclusiva.

SXSW 2025 #26 – A sessão “10 Myths Busted: The Real Impact of AI and Emerging Tech” foi uma verdadeira imersão nas possibilidades da Inteligência Artificial e das tecnologias emergentes no mundo dos negócios, com vários insights apresentados por Sandy Carter, que possui uma carreira distinta, tendo ocupado cargos de liderança como Chief Operations Officer, Chief Product Officer e Chief Sales Officer em grandes empresas como Amazon Web Services e IBM. Ela compartilhou uma visão abrangente sobre como as tecnologias disruptivas estão remodelando as empresas e os mercados.

Durante a apresentação, Sandy desmistificou vários mitos sobre a IA, mas dois deles, especificamente, chamaram a minha atenção, pois são questões frequentemente debatidas e de grande relevância no cenário atual da tecnologia e inovação. O Mito 6, “Dados genéricos serão suficientes”, foi um dos pontos que mais me impactou. Sandy refutou essa ideia com clareza, explicando que dados específicos da empresa são muito mais valiosos para o sucesso de projetos de IA. Ela ressaltou que, para gerar insights significativos e soluções realmente transformadoras, as empresas precisam de dados ricos e contextuais, que atendam às necessidades e particularidades de seu próprio negócio.

Outro mito que me chamou bastante a atenção foi o Mito 3, “A IA substituirá todos os empregos”. Sandy abordou como essa visão é errônea, destacando que a IA não substitui o trabalho humano, mas transforma as dinâmicas de trabalho. Em vez de substituir funções, ela cria uma colaboração entre humanos e IA permitindo que ambos, juntos, alcancem resultados inovadores. Esse é um aspecto fundamental para o futuro do trabalho, no qual a IA potencializa as capacidades humanas, liberando as pessoas para se concentrarem em tarefas mais criativas e estratégicas, enquanto as máquinas lidam com processos mais repetitivos e baseados em dados.

Além de desmistificar esses mitos, Sandy também reforçou a importância de as empresas adotarem uma cultura movida por IA, estimulando a experimentação e o aprendizado contínuo. Ela enfatizou que a chave para o sucesso em projetos de IA está em adotar uma abordagem equilibrada, que envolva tanto a tecnologia quanto a humanidade, para garantir que a IA complemente e potencialize as capacidades humanas, ao invés de substituí-las. Em resumo, a sessão proporcionou uma visão clara e prática sobre os desafios e as oportunidades que a IA oferece, abordando de forma objetiva os mitos que frequentemente cercam essa tecnologia. Sandy destacou a importância de dados específicos e da colaboração entre humanos e máquinas como fatores essenciais para o sucesso nos projetos de IA e para prosperar no futuro digital em constante evolução. Vale buscar seu recém-lançado livro “AI First, Human Always: Embracing a New Mindset for the Era of Superintelligence” e se aprofundar nas ideias de Carter.

SXSW 2025 #27 – O painel Quantum for Good no AI for Good Global Summit em Genebra, que aconteceu em julho de 2025, foi pioneiro, reunindo líderes globais e especialistas que discutiram o potencial das tecnologias quânticas para promover inclusão, sustentabilidade e equidade em todo o mundo. A iniciativa foi um grande sucesso e serviu de inspiração para o painel realizado no SXSW 2025, onde o conceito do Quantum for Good foi levado a um público global mais amplo. O Painel no SXSW 2025 foi um ponto de encontro para inovadores, visionários e especialistas de diferentes campos, e destacou a importância de integrar a tecnologia quântica com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU. A abertura foi dada por Kseniia Fontaine, que trouxe à tona a missão da ITU de garantir que todos, especialmente os países em desenvolvimento, possam participar da revolução quântica. Ela enfatizou que o acesso equitativo à tecnologia é crucial para que ninguém fique para trás, e destacou o papel da ITU em conectar iniciativas inovadoras com as necessidades globais.

Frederic Werner teve uma intervenção poderosa sobre o impacto da IA e das tecnologias quânticas no desenvolvimento global. Ele ressaltou a necessidade de unir inovação tecnológica e colaboração global para criar soluções que possam realmente transformar a sociedade e acelerar o progresso em direção aos ODS. Frederic sublinhou que a ética na aplicação dessas tecnologias será determinante para que se alcancem benefícios para todos.

Whurley compartilhou sua visão sobre como a computação quântica pode ser desmistificada e tornada acessível ao público geral. Sua apresentação sobre a importância da padronização das tecnologias quânticas e seu trabalho com a Strangeworks, visando criar uma infraestrutura de conhecimento mais inclusiva, trouxe um tom prático e direto para o painel. Ele também falou sobre seus livros, como Quantum Computing for Dummies, que buscam simplificar a compreensão dessa tecnologia complexa.

Charles Tahan, da Microsoft, fechou o painel com uma análise detalhada sobre como as grandes corporações podem contribuir para tornar as tecnologias quânticas não só mais acessíveis, mas também mais relevantes para a resolução de problemas sociais e ambientais. Ele apresentou as iniciativas da Microsoft no campo da computação quântica, destacando o potencial para transformar áreas como saúde, segurança e meio ambiente.

Este painel no SXSW 2025 foi um momento marcante, reunindo algumas das mentes mais brilhantes na interseção entre tecnologia e desenvolvimento global. Ficou claro que a Quantum for Good é uma iniciativa poderosa que busca garantir que a revolução quântica não seja apenas uma promessa tecnológica, mas uma realidade acessível para todos, em todas as partes do mundo.

SXSW 2025 #28 – A sessão “Beyond AI-Hype: Customer-Centric Tech Strategies” trouxe uma discussão sobre como as grandes empresas estão indo além do hype da inteligência artificial para implementar estratégias tecnológicas centradas no cliente. Com líderes de diferentes setores – aviação, telecomunicações, varejo e consultoria – ficou evidente que a adoção bem-sucedida de IA e outras inovações depende de uma abordagem prática, testada e sempre focada em agregar valor real ao consumidor.

Jason Birnbaum, da United Airlines, abriu a sessão destacando como a tecnologia tem sido um motor de transformação para a companhia aérea. Ele explicou que, mais do que apenas adotar novas ferramentas, a United tem investido na construção de experiências digitais intuitivas e eficientes para seus passageiros. O aplicativo móvel da empresa, amplamente reconhecido por sua usabilidade e personalização, é um exemplo claro disso. Além disso, Jason falou sobre como a distribuição de dispositivos móveis para funcionários da linha de frente melhorou significativamente o atendimento ao cliente e a eficiência operacional. Sua visão de tecnologia vai além da experiência do passageiro: ele enfatizou também o impacto social positivo, mencionando o programa Innovate, que capacita talentos de comunidades sub-representadas para carreiras na área de tecnologia.

Na sequência, Kellyn, Chief Marketing & Growth Officer da AT&T, trouxe a perspectiva do marketing e do crescimento orientado pelo cliente. Ela ressaltou que, embora a IA seja uma ferramenta poderosa, seu verdadeiro valor só é alcançado quando aplicada de forma estratégica para entender melhor os clientes e oferecer experiências personalizadas. Kellyn explicou como a AT&T está usando tecnologia para fortalecer sua relação com os consumidores, aumentar o tempo de vida do cliente e consolidar sua posição premium no mercado. Seu histórico de sucesso em grandes marcas como Hilton e Microsoft ajudou a ilustrar como campanhas inovadoras, baseadas em dados, podem criar conexões autênticas e duradouras com os consumidores.

Steven, da Metis Strategy, trouxe um olhar estratégico e analítico para a conversa. Ele destacou a importância de equilibrar inovação com pragmatismo, garantindo que a adoção de novas tecnologias seja guiada por necessidades reais do negócio e do cliente. Com sua experiência em consultoria para líderes C-suite, Steven ressaltou que a colaboração entre executivos de diferentes áreas é essencial para uma implementação bem-sucedida de IA e outras tecnologias emergentes. Ele também abordou tendências e desafios que as empresas enfrentam ao navegar pelo cenário digital em rápida evolução, reforçando a necessidade de estratégias bem fundamentadas e escaláveis.

Fechando a sessão, Prat Vemana, da Target, compartilhou como a empresa tem usado tecnologia para fortalecer sua competitividade e impulsionar o crescimento. Ele explicou como a transformação digital da Target não se resume apenas à presença online, mas à integração total da experiência física e digital. O desenvolvimento do Target Plus e a otimização dos processos de fulfillment são exemplos de como a empresa tem aplicado IA e automação para atender melhor seus clientes e simplificar suas operações. Com passagens por empresas como Home Depot e Kaiser Permanente, Prat demonstrou que a chave para o sucesso digital está em entender profundamente o comportamento do consumidor e criar soluções que sejam ao mesmo tempo eficientes e intuitivas.

Ao longo da sessão, um ponto comum entre os palestrantes foi a necessidade de um equilíbrio entre inovação e aplicabilidade. Todos concordaram que a IA é uma ferramenta poderosa, mas que seu sucesso depende de uma abordagem humanizada e centrada no cliente. A tecnologia, por si só, não resolve problemas – é preciso entender o contexto, testar, aprender e iterar para garantir que as soluções realmente melhorem a experiência do consumidor e tragam valor para o negócio.

A principal conclusão? O futuro das estratégias tecnológicas não está apenas na adoção de IA, mas sim na forma como ela é usada para tornar a experiência do cliente mais ágil, transparente e personalizada. Ir além do hype significa focar no que realmente importa: resolver problemas reais, construir relações mais fortes com os consumidores e criar impacto positivo e duradouro.

SXSW 2025 #29 – No sétimo dia do SXSW, assisti ao painel “Our AI-Driven World: A Utopian Dream or Dystopian Nightmare?”, uma discussão de alto nível sobre os avanços da inteligência artificial e seus possíveis desafios. A sessão reuniu especialistas renomados: Karim R. Lakhani, professor da Harvard Business School (HBS) e coautor de Competing in the Age of AI, que atuou como mediador; Shikhar Ghosh, também professor da HBS e empreendedor de longa trajetória no setor de tecnologia; e Jen, cientista de dados e especialista em IA do Digital Data Design Institute (D³).

O debate abordou a dualidade da IA: seu potencial transformador para impulsionar progresso e inovação versus os riscos decorrentes da falta de regulamentação e governança. Karim introduziu o tema destacando o papel da IA na reconfiguração dos modelos de negócios e operações empresariais. Segundo ele, quando aplicada de forma responsável, a IA pode não apenas aumentar a eficiência e a produtividade, mas também criar oportunidades econômicas e sociais, ampliando o acesso à saúde, à educação e a soluções sustentáveis.

Shikhar Ghosh, por sua vez, adotou uma perspectiva mais crítica, enfatizando os desafios e as possíveis consequências negativas da IA. Ele argumentou que, sem um arcabouço regulatório robusto, a tecnologia pode aprofundar desigualdades, reforçar vieses algorítmicos e comprometer a segurança digital. Citando exemplos como a disseminação de deepfakes, a automação excessiva que pode levar ao desemprego estrutural e a vulnerabilidade dos sistemas autônomos a ataques cibernéticos, Shikhar alertou para os riscos de um avanço tecnológico não acompanhado por diretrizes éticas e institucionais adequadas.

A cientista de dados Jen complementou o debate trazendo uma abordagem mais técnica e aplicada, ilustrando como a IA pode ser implementada de maneira ética e eficaz. Ela discutiu casos concretos de uso da IA para resolver desafios complexos, como a personalização de serviços financeiros e a otimização de diagnósticos médicos. Além disso, enfatizou a necessidade de mecanismos de transparência e auditoria nos sistemas de IA, reforçando que a regulação não deve ser um obstáculo à inovação, mas sim um meio de garantir seu uso responsável.

O painel gerou reflexões sobre os avanços e desafios da IA, suscitando questões sobre privacidade, segurança, impacto no mercado de trabalho e o papel dos governos na criação de políticas que equilibrem inovação e governança. A discussão reforçou a necessidade de uma abordagem interdisciplinar e colaborativa para moldar o futuro da IA, garantindo que seu desenvolvimento ocorra de maneira ética e sustentável. Em suma, a sessão destacou a importância do debate contínuo sobre a governança da inteligência artificial, reconhecendo tanto seu potencial revolucionário quanto os riscos associados ao seu uso indiscriminado.

A experiência foi intelectualmente gratificante e reafirmou a urgência de um diálogo estruturado entre academia, indústria e formuladores de políticas para direcionar a IA para um futuro que maximize benefícios e mitigue suas ameaças. Vale a pena acessar a obra Competing in the Age of AI, de Marco Iansiti e Karim R. Lakhani, pois oferece uma análise provocativa sobre como organizações centradas em IA estão redefinindo modelos de negócios e operações.

 

Os textos acima têm a curadoria do jornalista Alison Mota, do setor de Comunicação do Tecnosinos

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