Instituto 2024 e poder público formalizam pilares para a celebração que ocorrerá em 2024
Em reunião com a Secretaria de Cultura do Estado do Rio Grande do Sul, o Instituto 2024 formalizou o reconhecimento da Comissão Nacional do Bicentenário e o início dos trabalhos conjuntos com a Secretaria no planejamento de ações para fortalecer os laços Brasil Alemanha, bem como o começo dos trabalhos de planejamento do Bicentenário da Imigração Alemã no Brasil e em São Leopoldo.
Nas próximas reuniões serão trabalhados três principais pilares: Tradição/Fé, Cultura/Idioma e Inovação/Sustentabilidade
Segundo André Rotta, presidente do Instituto, foi um importante passo para o início dos trabalhos e o reconhecimento do Governo do Estado sobre a relevância da data, bem como da possibilidade de divulgação das relações Brasil-Alemanha no Rio Grande do Sul e Brasil. Agora, a comissão segue trabalhando no planejamento das ações já com foco nos 197 anos da Imigração Alemã no Brasil, que acontece em julho próximo. Uma série de atividades está sendo programada. “Esperamos que o assunto também seja trabalhado pelo nosso município e que possamos colocar São Leopoldo em destaque nos cenários gaúcho e nacional”, ressalta.
Participaram da reunião André Rotta, presidente do Instituto 2024, Airton Schuh, vice-presidente, Décio Krohn, representando a Federação dos Centros de Cultura Alemã no Brasil (FECCAB), Verônica Kühle, do Consulado Alemão de Porto Alegre, Susane Frölich, do Centro Cultural 25 de Julho, Beatriz Araújo, secretária de Cultura do Estado do Rio Grande do Sul, André Kryszczun, chefe de Gabinete, Eduardo Hahn, do Departamento de Memória e Patrimônio e Rafael Varela, coordenador de Comunicação do Instituto.
Sobre o Instituto São Leopoldo 2024 – Em março de 2009, um grupo de cidadãos leopoldenses iniciou uma série de reuniões com dois temas abrangentes: o Bicentenário da Imigração Alemã no Brasil – a ser celebrado em 2024 – e a situação de São Leopoldo no período que antecede ao evento.
Cerca de 20 voluntários iniciaram as reuniões e a partir de 18 de setembro do mesmo ano, registrou-se a primeira reunião formal, com 16 participantes. Ao encerrar o ano de 2009, já se tinha a consciência da necessidade de formalizar este movimento, considerando a importante contribuição de São Leopoldo para a cultura rio-grandense e a aplicação do conceito de desenvolvimento sustentável para o futuro do Município e Região.
Sobre a Imigração Alemã no Brasil – São Leopoldo é considerada a cidade berço da Imigração Alemã no Brasil, por ter recebido os primeiros imigrantes alemães que participaram do projeto de desenvolvimento da região do Governo Imperial do Brasil. Os primeiros imigrantes chegaram a Porto Alegre, capital da província de São Pedro do Rio Grande, em 18/07/1824. Logo, foram enviados para a Feitoria do Linho Cânhamo pelo Rio dos Sinos, localizada em São Leopoldo.
Em 25 de julho de 1824, esses primeiros imigrantes, num total de 39 pessoas, sendo 33 evangélicos luteranos e seis católicos, chegaram ao seu destino. Essa é a data da fundação de São Leopoldo, de onde vem o título “Berço da Colonização Alemã no Brasil “.
Eles foram instalados na provisoriamente na casa da Feitoria, única construção da região que tinha condições de abrigá-los, até que recebessem seus lotes coloniais. O Governo da Província batizou o núcleo de imigrantes de” Colônia Alemã de São Leopoldo” (homenagem ao santo padroeiro da Imperatriz Leopoldina ), a qual se estendia por mais de mil quilômetros quadrados, abrangendo na direção sul-norte, de Esteio até Campo dos Bugres (hoje Caxias do Sul), e em direção leste-oeste, de Taquara até o Porto dos Guimarães, no rio Caí (hoje São Sebastião do Caí).
Aos poucos, outros imigrantes ocuparam os vales do Rio dos Sinos, Cadeia, Caí e Paranhana, lançando progresso através da dedicação ao trabalho e a diversificação produtiva, tendo em vista que os alemães dominam diversas técnicas de várias profissões, como sapateiros, alfaiates, carpinteiros, ferreiros, dentre outras, fato que possibilitou o desenvolvimento do embrião industrial das regiões em que se instalaram. Esse desenvolvimento possibilitou que a Colônia Alemã de São Leopoldo se emancipasse de Porto Alegre, em 01 de abril de 1846, sendo elevada à categoria de Vila.
Após a emancipação, São Leopoldo continuou crescendo e se desenvolvendo, tanto é que em 1865 recebeu a visita de D. Pedro ll. Em 1873, foi construída a ponte sobre o Rio dos Sinos e em 1874 foi inaugurada a primeira linha férrea da província, ligando Porto Alegre a São Leopoldo. Alguns anos mais tarde foi estendida até Novo Hamburgo e depois até Taquara e por último Canela. Assim, São Leopoldo converteu-se num entreposto comercial entre as zonas coloniais mais distantes e a capital, em que os colonos entregavam suas mercadorias produzidas para serem vendidas na capital e importavam da mesma mantimentos e equipamentos que não dispunham.
A forte tradição germânica deixou marcas profundas em várias áreas de nosso município, como na arquitetura, na religião, na educação, nas tradições e costumes ( clubes de canto, de ginástica, de bolão e de caça e tiro), nas instituições de ensino católica e luterana, na gastronomia e nas festas populares..
Em homenagem a estes imigrantes, o dia 25 de Julho é um grande feriado municipal, com festas e comemorações ao longo da semana que antecede o feriado. Com isso o município busca resgatar a memória e a variada contribuição dos alemães para o progresso e desenvolvimento de nosso município, de nossa região e do estado. Além disso, é importante ressaltar, que a lei 12394/2011 concedeu o título a São Leopoldo de “Berço da Colonização Alemã no Brasil “.